sexta-feira, 3/maio/2024
PUBLICIDADE

Delator revela propina de R$ 1,5 milhão para ex-secretário de Silval

PUBLICIDADE

As investigações da Polícia Federal relacionadas a suspeita de um amplo esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional envolvendo autoridades de Mato Grosso começam a ganhar novos contornos com a colaboração premiada do empresário do ramo de transportes, Márcio Luiz Barbosa. Em depoimento prestado no dia 18 de outubro do ano passado ao Ministério Público Federal (MPF), ele confessou aos procuradores o pagamento de propina na quantia de R$ 1,5 milhão ao ex-secretário de Estado de Fazenda, Marcel Souza de Cursi, atualmente preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) em decorrência da operação Sodoma, da Polícia Civil.

De acordo com o depoimento, o dinheiro seria destinado ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB). O empresário admitiu que manteve reuniões com o empresário Genir Martelli para discutir a respeito do lançamento de créditos tributários feitos por uma de suas empresas. Isso porque já havia um acordo prévio com a Secretaria de Estado de Fazenda para as empresas Martelli Transportes e Transportes Panorama receberem até R$ 43 milhões em créditos tributários.

Ao entrar em contrato com o secretário de Fazenda para discutir os valores, foi solicitado o pagamento de propina. “Genir Martelli questionou Marcel a respeito desta diferença a maior, foi quando o declarante presenciou Marcel responder que teria que resolver com o chefe; o declarante entende que o chefe seja Silval Barbosa, então governador, pois em reunião anterior, Marcel se referiu a Silval Barbosa como chefe”, diz um dos trechos do depoimento.

Ainda foi revelado que o empresário Genir Martelli pagou R$ 1,5 milhão, o que corresponderia a 50% do valor da propina, ao então secretário Marcel de Cursi. O montante teria sido entregue em um envelope. As novas revelações aproximam o conteúdo investigado na operação Ararath, da Polícia Federal, com os autos já investigados na operação Sodoma, da Polícia Civil.

Investigações da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), a partir da quebra do sigilo bancário de Marnie de Almeida Cláudio, esposa do ex-secretário Marcel de Cursi, revelaram que uma empresa aberta no nome dela (a M de A Claúdio EPP) movimentou mais de R$ 6,8 milhões, entre os anos 2012 e 2015.

De acordo com a investigação, a empresa de Marnie Almeida foi aberta em 6 de julho de 2012, dois dias após a nomeação de Marcel de Cursi como secretário de Estado de Fazenda pelo então governador Silval Barbosa (PMDB) – e não possuiria fornecedores, funcionários e tampouco clientes. A suspeita é que a empresa foi criada para lavagem de dinheiro oriundo de propina paga por empresas do ramo de transporte, o que motivou a prisão do ex-secretário Marcel de Cursi na segunda fase da Operação Sodoma.

Além disso, as investigações da Polícia Civil apontam a suspeita de que Marcel de Cursi foi um dos mentores de uma anistia de R$ 1,7 bilhão em Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a diversas empresas do ramo de transporte para que as mesmas não firmassem delação premiada na Operação Ararath. Durante mandado de busca e apreensão, agentes da Polícia Civil identificaram documentos no computador de Marcel de Cursi que fazem referência a lei 10.207/2014, que alterou toda política tributária de Mato Grosso e teria gerado prejuízo de R$ 1,704 bilhão aos cofres públicos do Estado.

COMPARTILHE:

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Prefeito inaugura unidade educacional em Nova Mutum para mais de 400 alunos

O prefeito Leandro Félix e o vice-prefeito Alcindo Uggeri...

Estado constrói 3 grandes pontes de concreto no Nortão; uma está pronta

O governo do Estado está construindo três grandes pontes...
PUBLICIDADE