
Medeiros se referia às “pedaladas fiscais”, como são chamados os atrasos de pagamentos aos bancos públicos para cobrir despesas do governo, e os decretos orçamentários sem prévia autorização do Congresso. De acordo com o senador, os defensores tentam inclusive jogar a responsabilidade pelos atos para os técnicos que assessoravam a presidente, “querendo dividir o crime em tantas partes até ele virar pó”.
“Mas o que está havendo é seguinte: uma presidente que se construiu com o seu marketing, e está se destruindo com suas ações, cometeu crime de responsabilidade. Quando não podem enfrentar os argumentos, geralmente começam a tentar destruir o dono dos argumentos e desconstruir com cortina de fumaça e muita mentira. É isso que estamos vendo”.
Medeiros afirmou, contudo, que a população está vendo o que acontece na Comissão do Impeachment. Afirmou ainda que outros senadores vão estar “para fazer o contraponto e contar e repor as verdades dos fatos”. Segundo ele, os crimes fiscais foram de tal gravidade que podem ser comparados ao “estouro” da barragem de Mariana, em Minas Gerais. “O valor é tão grande e é tanto dinheiro nessas fraudes que não tem como esconder. Desce pelo rio e se espalha pelo oceano”.
O senador disse que, com o apoio do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do então secretário do Tesouro, Arno Augustin, Dilma causou o “pandemônio fiscal” ainda presente. Em suas palavras, “de pedalada em pedalada, de mentira em mentira, de desmando em desmando”, ela elevou a dívida pública a patamares nunca antes atingidos.
Agora em 2016, registrou, o déficit do governo foi calculado em R$ 170 bilhões, ao contrário dos já “acintosos” R$ 96 bilhões que Dilma anunciava antes de ser afastada. Em 2014, as despesas superaram as receitas a R$ 111 bilhões, então o pior resultado. Para o senador, esse foi o legado que ficou para o presidente interino Michel Temer, a “herança verdadeiramente maldita”.
“Mas aí, todo dia, vem a cantilena: o presidente Temer está querendo acabar com os programas sociais, está querendo acabar com a educação. Não. Já não havia dinheiro para isso, faz tempo”.


