A prisão de seis vereadores de Nova Bandeirantes em 2008 sob a acusação de extorsão é um dos argumentos que a defesa de Valdir Barranco (PT) vai utilizar junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar descongelar os mais de 19 mil votos destinado a ele na eleição geral deste ano. Barranco teve a candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e disputou sub judice o cargo de deputado estadual. Agora, pleiteia na Justiça o direito de assumir a vaga até então destinada ao vereador por Várzea Grande Pery Taborelli (PV).
Segundo o advogado do petista, Elvis Antônio Klauk Júnior, a expectativa é que o caso seja colocado na pauta desta semana. O processo será apreciado pelo Pleno do TSE. “A parte mais difícil nós conseguimos, que foi reverter a decisão monocrática da ministra Maria Thereza (Rocha de Assis Moura) que havia rejeitado nossos primeiro recurso”.
O episódio de 2008, denunciado pelo próprio Barranco, será explorado para contestar as afirmações da defesa de Taborelli de que o petista estaria omitindo ao TSE fatos sobre a reprovação das contas da Prefeitura de Nova Bandeirantes quando ele comandou o município.
A decisão da Câmara Municipal foi o que fez Barranco ser enquadrado na lei da Ficha Limpa. Seu advogado, todavia, sustenta que a reprovação não lhe torna inelegível, uma vez que o suposto déficit no balancete teria sido causado por um erro formal de contabilidade e não por um ato doloso do então prefeito.
Klauk Júnior argumenta ainda que o julgamento foi revisto pela nova legislatura da câmara, já que em 2008 seis vereadores foram presos sob a acusação de cobrar uma propina de R$ 50 mil para aprovar os balancetes. Eles foram detidos em flagrante após Barranco gravar a ação sob orientação do Ministério Público. Ainda assim, as contas da prefeitura não passaram pelo crivo dos demais parlamentares à época.
Barranco recorreu então, sete anos depois, aos novos vereadores e conseguiu uma revisão do julgamento. O decreto que mudou o resultado da primeira apreciação, todavia, foi cassado pela Justiça estadual, após o MP ingressar com uma ação civil pública. É este desmembramento do caso que a defesa de Taborelli afirma que o petista teria omitido do TSE.
O advogado de Barrando, no entanto, argumenta que a decisão em favor do Ministério Público é liminar e ainda pode ser revertida, por conta disso, não deve ter validade para que a Corte Superior Eleitoral decida sobre o registro da candidatura. “Temos confiança que vamos obter êxito neste caso, até porque a manifestação do Taborelli se deu de forma errada. Ele protocolou em seu próprio nome e no nome do diretório do partido, quando deveria ter sido da coligação. Na verdade ele nem entrou com um recurso. Ele pediu uma intervenção do Ministério Público no caso”, diz Klauk.
Taborelli também recorreu contra a decisão do TSE que já validou os votos de outro petista: Altir Peruzzo, que havia sido barrado por ter as contas da Prefeitura de Juína, reprovadas pela câmara.