O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, manteve o tom de afago ao PFL, principal aliado dos tucanos nas eleições deste ano. Alheio às críticas do PFL, Alckmin disse que o PFL tem a prerrogativa de indicar o candidato a vice na chapa do PSDB na disputa presidencial.
“O vice natural [da chapa tucana] é o PFL”, disse Alckmin antes do lançamento da candidatura do deputado Eduardo Paes (RJ) ao governo do Rio pelo PSDB.
Alckmin, entretanto, indicou que o PSDB também está disposto a ampliar a coligação,que poderia contar com o apoio do PMDB. “O PFL não tem colocado obstáculo para a tríplice aliança. São três partidos com grande concertação política. Podemos trabalhar para ampliar a aliança, mantendo como vice o PFL.”
O PFL, por sua vez, sinalizou que não tem pressa para definir o vice de Alckmin. O líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que o partido não falará sobre essa questão até que se encontre uma solução para o impasse envolvendo os Estados e a candidatura tucana.
“Nada vai ser definido até que se tenha uma solução com os Estados. Não vamos falar sobre o vice antes disso”, afirmou ele.
O problema se refere à dificuldade do PSDB de formalizar uma aliança com o PFL na Bahia, Sergipe e Maranhão. Na Bahia, por exemplo, o PFL quer o apoio do PSDB à candidatura à reeleição do governador Paulo Souto ou o compromisso de que os tucanos não farão campanha pelo rival João Durval, candidato do PDT e pai do prefeito de Salvador, João Henrique.
Disputa interna
Na semana passada, o PFL jogou para os senadores José Jorge (PE) e José Agripino (RN) a responsabilidade pela escolha de qual dos dois seria o vice do tucano Geraldo Alckmin na corrida presidencial. Para definir um nome, o PFL realizou uma consulta interna, que indicou a preferência pelo presidente do partido, Jorge Bornhausen (SC), que disse que não sairá candidato a vice-presidente.
Bornhausen defende a candidatura de Jorge, enquanto Agripino conta com o apoio do senador Antonio Carlos Magalhães (BA).