O procurador-geral de Justiça, Mauro Benedito Pouso Curvo, conclamou, esta tarde, durante posse de três novos procuradores, os membros e servidores do Ministério Público a continuarem firmes na defesa da sociedade “tendo Deus à frente e a verdade dos fatos como objetivo a ser alcançado”. Numa metáfora à lenda de Procusto, figura da mitologia grega que torturava suas vítimas para encaixá-las com perfeição ao seu leito, tentando impor a todo custo uma matriz pré-estabelecida, Curvo falou sobre o momento vivido pela instituição. “Atualmente, a verdade se encontra refém de Procusto e aprisionada a seu leito. Estão mutilando a verdade para fazer com que ela se encaixe”, afirmou o procurador-geral de Justiça se referindo à citação de seu nome e de Marcelo Ferra, na conversa realizada entre o coronel Lesco e o tenente coronel Soares, envolvidos no esquema de interceptações telefônicas ilegais e que estão sendo investigadas pela justiça.
O procurador-geral de Justiça voltou a enfatizar que foi ele quem ofereceu a denúncia contra os envolvidos e pediu a prisão de todos. Destacou, ainda, que foi Marcelo Ferra quem atuou no pleno do Tribunal de Justiça e, ao final, sustentou pelo recebimento da denúncia. “Infelizmente, a versão mentirosa dos fatos foi propalada por todas as possibilidades que o mundo moderno permite. Alguns o fizeram simplesmente por desconhecimento dos fatos, outros com o indisfarçável propósito de tentar fazer com que o cidadão de bem deste Estado venha a desacreditar em nossa instituição”, afirmou.
Para Curvo, a tentativa de fragilizar o Ministério Público é uma missão praticamente impossível. “Nossa instituição tem trabalhos efetivos na defesa da sociedade, tanto no combate ao narcotráfico, a corrupção, ao desvio de dinheiro público, na defesa da criança e do adolescente, na defesa da cidadania, nas suas mais variadas áreas de atuação. Então, os fatos aqui não fertilizam o terreno para que a mentira seja transformada em verdade graças ao trabalho de todos os membros e servidores desta instituição”.
O presidente da Associação Matogrossense do Ministério Público, promotor de Justiça Roberto Aparecido Turim, também saiu em defesa da instituição. “Aleivosias, falatórios, excessos de linguagem não atingirão e não retirarão do Ministério Público a sua vontade de ser Ministério Público. Acredito no Poder Judiciário desse Estado, honro muito as pessoas que o integram, e convido a todos a enfrentarmos juntos e em benefício da sociedade mato-grossense, da Justiça e da verdade esse momento difícil em que vivemos”, declarou, através da assessoria.
Presente à solenidade, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Rui Ramos,também defendeu a união das duas instituições. “Defendo uma convivência compartilhada em prol de uma coisa só, em prol da Justiça. É isso que é importante, as coisas que estão aí pelo mundo afora, sendo ditas ou faladas, são absolutamente inverídicas, não são expressões da verdade, mas que infelizmente assim se coloca. O que devemos fazer é continuar com o nosso trabalho, com a união que sempre tivemos”, finalizou.