A criação da CPI da Saúde pela Assembleia Legislativa recebeu duras críticas nesta quinta-feira pelos vereadores da Câmara Municipal de Cuiabá. A CPI, proposta pelo deputado Percival Muniz, do PPS, promete investigar o caos na saúde pública na capital, revelada com greve e pedido de demissões pelos médicos. A base das investigações serão os recursos que o governo do Estado repassa mensalmente à Prefeitura de Cuiabá. A crítica mais contundente partiu do vereador Paulo Borges (PSDB), líder do prefeito. Ele disse que Muniz "não tem moral" para propor a CPI.
Borges lembrou que o próprio Percival Muniz disse que a Assembléia Legislativa não cumpre o seu papel de agente fiscalizador e se auto-intitulou de "caititu", animal que anda sempre em "bando". "O que podemos esperar de alguém que se denomina de caititu?" – criticou o vereador.
O presidente da Câmara, vereador Deucimar Silva (PP), afirmou que o fato de pertencer à base do prefeito não significa que não pode intervir para tentar resolver questões que de fato estejam prejudicando a população, podendo até mesmo abrir uma CPI, caso haja fatos concretos. "Se houver fatos concretos serei o primeiro a assinar o pedido de uma CPI", disse.
Por sua vez, o vereador Everton Pop, também progressista, avaliou que tem que a impressão de que a AL formou uma comissão porque a Câmara não quis abri-la, mas não foi o que aconteceu. Enfatizou ainda que o Estado possui mais do que obrigação de repassar verba à Cuiabá, já que de 10 ambulâncias que chegam ao pronto socorro, 8 são de municípios do interior.
Oposicionista, o vereador Francisco Vuolo (PR) elogiou a atitude de Muniz. Sugeriu que a CPI colha informações sobre a aplicação do valor repassado pelo Estado ao Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC). "Precisamos saber como dinheiro está sendo aplicado e se está sendo aplicado", enfatizou. Seguindo a mesma linha, o vereador Ivan Evangelista (PPS) avaliou que o Legislativo possui motivos suficientes para abrir uma CPI para detectar as falhas da Saúde e, com isso, tentar sanar os problemas existentes, entre eles de pessoal, que resultou na saída de mais de 20 médicos. Também pediu a priorização do Pronto Socorro e cobrou que o prefeito responda os seus requerimentos.