Com base no Código de Ética, o PDT vai baixar normativa que prevê desde a simples advertência à cassação do registro de candidatura dos postulantes à Câmara Municipal que ameaçam apoiar adversários do candidato a prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB). A decisão tomada na segunda-feira, após reunião coordenada pelo presidente municipal da sigla, Kamil Fares, tenta impor barreira para movimento interno de "insatisfeitos" com o apoio conferido pelo PDT ao PSB. Mauro Mendes prefere minimizar o impacto das discussões, destacando que o importante é ter o PDT como aliado na corrida à Prefeitura de Cuiabá.
Kamil preferiu não citar nomes de descontentes com o respaldo do partido ao projeto majoritário do PSB. Disse que durante a convenção da legenda, no dia 30 de junho, houve consenso no PDT sobre o apoio a Mauro. Entende assim que por questões partidárias e de posição da agremiação sobre os planos políticos, é preciso se sobrepor o respeito à ata do PDT.
Em período anterior à realização da convenção, Kamil Fares chegou a participar de encontro do PT, onde declarou simpatia pelo nome do vereador Lúdio Cabral (PT), candidato na corrida ao Palácio Alencastro, sede da Prefeitura. Questões ideológicas aproximaram o presidente do PDT da capital e o parlamentar petista. Mas posição de líderes do PDT, como o senador Pedro Taques, de se unir aos planos de Mauro Mendes, conseguiram se sobressair, conferindo ao PSB o apoio.
O PDT segue com chapa pura na disputa proporcional. Informações apontam que esse item em especial é que tem gerado destempero entre candidatos ao cargo de vereador. Alguns postulantes entendem que o líder do PSB deveria colaborar com a campanha, através de recursos financeiros. Mas a linha do empresário nesse sentido é bem conhecida daqueles que já trabalharam com ele em pleitos anteriores. Mauro faz o estilo econômico e remete ao próprio candidato a tarefa de buscar respaldo em forma de recursos. A colaboração pode até chegar, mas talvez longe das "proporções" esperadas pelos postulantes ao Legislativo da capital.
Ontem, ao avaliar o tema, Mauro disse que esse tipo de questão não o preocupa, até porque considera o cenário mais a título de "especulações". É uma forma de reduzir o impacto do mal estar gerado no PDT a respeito do quadro.
Nas eleições de 2008, o PDT caminhou com o projeto de reeleição do ex-prefeito Wilson Santos. Em 2010, a legenda selou parceria com Mauro Mendes, em chapa liderada pelo empresário na disputa ao governo, tendo o então deputado Otaviano Pivetta (PDT) na função de vice. No período, Pedro Taques conquistou uma das duas vagas ao Senado, sendo a outra ocupada pelo ex-governador Blairo Maggi (PR). Mauro conta com apoio ainda do PR, PPS e PV.