O candidato do PSB à Prefeitura de Cuiabá, empresário Mauro Mendes, deve ter novamente a campanha mais cara na Capital, pois estima gastar até R$ 6 milhões no primeiro turno. Representando o Psol, o procurador Mauro Cézar Lara de Barros será o mais modesto: apenas R$ 1 milhão. Todos os concorrentes apresentam as estimativas à Justiça hoje, último dia permitido para o pedido de registro de candidatura.
Mauro informou a previsão durante entrevista coletiva concedida ontem. Inicialmente, ele negou já ter definido o valor e alegou que ainda poderia mudar de ideia, mas confirmou o dado após saber que o candidato a vice-prefeito na chapa, deputado estadual João Malheiros (PR), já havia admitido a informação.
Com a definição, Mauro repetirá o gasto de 2008, quando foi derrotado por Wilson Santos (PSDB) no segundo turno da disputa pela Prefeitura e gastou R$ 6 milhões. Dessa vez, no entanto, promete não ser o principal financiador da campanha. “Queremos apresentar à sociedade um projeto que não é só meu ou desse grupo, mas da sociedade. Então, esperamos que as pessoas possam contribuir e abraçar essa bandeira”.
Antes de Malheiros admitir a expectativa de gastos, Mauro pretendia manter o valor em sigilo até hoje para não se tornar referência para os adversários, que deverão informar previsões menores com objetivo de repassar para a opinião pública a imagem de que o concorrente do PSB terá uma campanha vultosa, marcada pelo poder econômico.
No caso do procurador Mauro de Barros, a previsão de gastos consta na ata de convenção partidária aprovada pelos filiados. “Teremos uma campanha simples e por isso esperamos obter apoio das pessoas como voluntárias e doadoras. Não é só o poder do dinheiro que define eleição. Temos propostas para mudar Cuiabá e esperamos mostrar isso aos eleitores”.
Os candidatos Carlos Brito (PSD), Lúdio Cabral (PT) e Guilherme Maluf (PSDB) prometem definir os valores somente hoje. Aliados mais próximos desses concorrentes, no entanto, garantem que as previsões não chegarão ao teto admitido por Mauro Mendes. Adolfo Grassi (PPL) afirma que terá estimativa anunciada hoje oscilando entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões.
Mesmo depois de apresentado pedido de registro, candidatos podem por lei alterar a previsão se isso for comunicado à Justiça. Isso é comum, principalmente no caso de ocorrer segundo turno. Os maiores gastos devem ser com programas eleitorais de rádio e TV e contratação de equipes de marketing, o que nenhum dos 6 candidatos da Capital garante já ter definido.
A previsão de gastos em Cuiabá, que tem aproximadamente 390 mil eleitores, é ínfima se comparada aos maiores colégios eleitorais do país, como São Paulo, onde José Serra (PSDB) estima gastar até R$ 98 milhões na campanha.