O Ministério Público Estadual (MPE) não irá abrir inquérito para investigar o episódio da locação de maquinários, em que foram empenhados R$ 9,5 milhões, pela Prefeitura de Cuiabá. O MPE havia encaminhado ofício à prefeitura para que toda a documentação referente ao processo licitatório fosse repassada para averiguação. O promotor Gilberto Gomes optou pelo arquivamento do procedimento preparatório, tendo em vista que não foi instaurada nenhuma ação contra a prefeitura.
O MPE explicou que não foram encontradas irregularidades e nada que contrariasse a legislação. Portanto, não havendo questionamentos, não há necessidade de inquérito.
A polêmica começou devido às empresas vencedoras do certame, que são de propriedade de um dos sócios de Mendes e do coordenador de campanha do prefeito, sendo que uma das empresas que disputou o certame, chegou a ingressar na Justiça com pedido de liminar para suspender a licitação sob indícios de irregularidade, tendo em vista a ligação do prefeito com as empresas vencedoras.
Uma empresa venceu lote da licitação por R$ 4,5 milhões para locação de maquinários pesados como retroescavadeiras e escavadeira hidráulica pelo período de 12 meses. A empresa é de propriedade do empreiteiro Wanderley Fachetti Torres em sociedade com o empresário Valdinei Mauro de Souza, e ambos são sócios de Mendes em outras empresas, como por exemplo, no ramo da mineração.
Outra vencedora da licitação ganhou nove lotes do pregão presencial por R$ 2,1 milhões para fornecer pedras, pedriscos e pó de brita, usados no asfaltamento de ruas e é de propriedade de Gustavo Oliveira, coordenador de campanha e de transição da equipe do prefeito.
A Prefeitura de Cuiabá informou que foi necessário o certame porque dos 67 maquinários deixados pelo ex-prefeito Chico Galindo (PTB), apenas 30 estão em funcionamento. A Prefeitura alega que as peças são importadas e, por isso, a demora para arrumar as máquinas estragadas.