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Cuiabá: Julier diz estar indignado e cita que diálogos não representam infração

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O juiz federal em Cuiabá Julier Sebastião da Silva afirmou, esta tarde, que não mantém “qualquer ligação com atos tidos por irregulares na referida apuração”, da Polícia Federal, que investiga factoring e empresas de fachada que estariam cometindo crimes financeiros. “Até o momento, não tenho conhecimento sobre quais os fatos estão realmente sendo investigados naquela corte (Tribunal Regional Federal). Sabe-se apenas da existência de diálogos de terceiros, os quais, por certo, não trazem qualquer participação deste (ele) em suposta infração”, afirma, Julier, em nota.

“Reafirmo a confiança nas instituições envolvidas e a minha surpresa e indignação em face das notícias em questão, consignando que sempre pautei minha conduta pessoal e profissional com a mais absoluta ética e seriedade, como é do conhecimento de toda a sociedade mato-grossense”, conclui Julier Sebastião da Silva.

Conforme Só Notícias já informou, policiais federais estiveram no gabinete e na casa do magistrado. Oficialmente, a PF não informa o que está investigando em relação ao magistrado e ao presidente do Departamento Estadual de Trânsito, Gian Castrillon, que também teve alguns documentos apreendidos.

Há pouco, a superintendência estadual divulgiu nota informando que foram cumpridos, em Cuiabá, “os sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Foram apreendidos aproximadamente R$ 230 mil em espécie, diversos documentos, comprovantes de depósito, celulares e mídias (CDs). Em uma das buscas, um investigado foi preso em flagrante por porte ilegal de munição. Ele pagou fiança e foi liberado. As investigações referentes à Operação Ararath prosseguem sob segredo de justiça”.

Hoje foi a segunda etapa da operação. Na primeira, há algumas semanas, os policiais cumpriram nove mandados de busca e apreensão em Cuiabá e Várzea Grande e outros dois em Nova Mutum. Segundo investigações da PF, nos últimos seis anos, os acusados movimentaram mais de R$ 500 milhões com o grupo de empresários e demais profissionais investigados usando empresas de factoring como fachada para conceder empréstimos, cobrando juros, para diversas pessoas físicas e jurídicas no Estado. A base operacional era uma empresa, em Várzea Grande, que oficialmente encerrou suas atividades em 2012. Não foram divulgados nomes dos investigados.

O dinheiro era movimentado nas contas das factorings e outras empresas do grupo, entre as quais se encontra uma grande rede de postos de combustíveis da capital. O principal crime consiste no fato de que as empresas de factoring tem natureza estritamente mercantil, com a finalidade principal de assessoria e de compra de títulos de crédito, a fim de fomentar o comércio. Por isso mesmo, não têm autorização do Banco Central para conceder empréstimos, exigir garantias ou exercer quaisquer atividades exclusivas de instituição financeira.

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