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Cuiabá: deputados apontam fortes indícios de direcionamento em licitações da Arena Pantanal

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Quatro empresários que participaram de licitação para apresentação de projetos para construção da Arena Pantanal (estádio construido para sediar a copa, em Cuiabá) depuseram, esta tarde, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das obras da copa. Eles perderam o certame e foram convocados para esclarecer como foi a participação de cada um, além de explicar também o fato de terem ligações com as empresas vencedores, devido a suspeita de direcionamento na escolha.

Para os deputados Oscar Bezerra (PSB), presidente da CPI, Dilmar Dal Bosco (DEM) e Mauro Savi (PR) ficou claro que houve direcionamento e que as propostas foram apresentadas para dar cobertura às vencedoras. O presidente considerou os depoimentos interessantes e diz que foi possível fechar um ciclo de investigação. “Tivemos informações que precisávamos para ter a confirmação de direcionamento da licitação”, afirmou. Ele acrescentou que, conforme já foi apurado, até as datas de envio das propostas são as mesmas, assim como as letras utilizadas e até o espaçamento entre as linhas. Os modelos utilizados pelas empresas são muito semelhantes e chama a atenção.

Na opinião do parlamentar, há fortes indícios da ligação entre os arquitetos que participaram do certame e de direcionamento das licitações. “Obviamente que é o relatório que vai apresentar isso aí, não podemos fazer juízo de valor, e condenar antes do fim. As empresas vencedoras têm ligação fortíssima e isso já foi provado”, declarou.

Mauro Savi disse ser “incrível a coincidência” o fato de todas as pessoas terem ligação com as empresas vencedoras. “Num universo de 4 mil empresas localizadas em São Paulo escolheram três de amigos, ex-sócios e parentes. Isto nos entristece, mas esperamos que estas pessoas sejam indiciadas”, cobrou.

Foi tratada a disputa para vencer a prestação de serviços de elaboração do projeto básico. Uma empresa elaborou projeto e queria cobrar cerca de R$ 500 mil e teria sido ignorado pelo governo, que lançou uma carta-convite para licitar uma proposta de elaboração de projeto básico e executivo que custou mais de R$ 14 milhões. Na disputa para elaboração do projeto básico e executivo, outra empresa de arquitetura apresentou uma proposta no valor R$ 18 milhões. Outra propôs fazer o projeto por R$ 20 milhões.

A informação é da assessoria da Assembleia.

 

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