A decisão do prefeito Mauro Mendes (PSB) de deixar para definir, como ele mesmo diz, no último minuto do segundo tempo, se será ou não candidato à reeleição pode tirar o PSDB da sua base de apoio e colocar a sigla tucana como provável adversário no primeiro turno das eleições do ano que vem.
O PSDB vem sendo segurado pelo governador Pedro Taques, que muito antes de entrar no partido anunciou que iria apoiar Mauro Mendes, aliás, condicionou sua filiação a esse apoio, porém, há uma ala expressiva do tucanato que defende o lançamento de uma candidatura própria, alegando que um partido do tamanho do PSDB não pode ir a reboque de outro candidato e muito menos se contentar com a possibilidade de compor a chapa ocupando a vaga de vice.
O presidente da Assembleia, deputado Guilherme Maluf, é um dos que defendem abertamente o lançamento de candidatura própria, no entanto, já avisou que não coloca seu nome na disputa (Maluf foi candidato a prefeito na eleição passada e ficou em terceiro lugar). O parlamentar apontou nomes de filiados com potencial para encampar uma candidatura, como Permínio Pinto (atual secretário de Educação) e o empresário Dorileo Leal (Grupo Gazeta).
“O PSDB tem bons nomes e em condições de disputar a Prefeitura de Cuiabá em igualdade de condições. Então, não podemos ficar esperando uma decisão no apagar das luzes. Se Mauro Mendes decidir no último momento que não vai disputar a reeleição como vai ficar o partido? Vai ter que arranjar um candidato de afogadilho e fazer uma campanha sem nenhum planejamento? Tudo isso precisa ser explicado”, disse recentemente o presidente da Assembleia.
Até o apoio de Pedro Taques a Mauro Mendes começa a ficar comprometido, uma vez que o governador já avisou que, por questão de coerência, não sobe no mesmo palanque com o PMDB, que também deve apoiar o atual prefeito cuiabano com a filiação do senador Blairo Maggi, que também condicionou seu apoio a Mendes. No fio da navalha, muito provavelmente Mauro Mendes terá que escolher (e rápido) entre um e outro, quem será seu principal aliado, já que não cabem os dois nessa canoa.
“Eu vou manter minha coerência, passei o ano inteiro falando das dificuldades de governar o Estado por causa da administração que foi uma das piores de todos os tempos, então, não tem porque eu subir no mesmo palanque que o PMDB de Silval Barbosa, de Eduardo Cunha e de Renan Calheiros, esta é uma decisão tomada e ponto”, disse o governador.