A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga se está sendo cumpridas todas as cláusulas do contrato de concessão por parte da CAB Ambiental ouviu as explicações do diretor-presidente da empresa, Ítalo Jofilly. Ele expôs algumas discrepâncias entre o plano municipal de saneamento e a realidade vivida pela capital e citou que o documento não corresponde com a situação encontrada pela concessionária em 2012, quando assumiu os serviços. "O diagnóstico apresentado no plano de saneamento não estava de acordo com a realidade de Cuiabá. Os desafios são muito maiores e nós estamos trabalhando para superá-los", disse aos vereadores.
Um exemplo citado é a dimensão da rede de água da capital. Enquanto o plano afirma ter 2,8 km de rede, a CAB garante que encontrou apenas 2,3 km, o gera uma diferença negativa de 20%. O mesmo acontece com a cobertura do abastecimento e a perca de recurso (água).
Conforme Jofilly, a diferença referente a perca gira em torno de 12%. Já com relação a cobertura, foi identificado que 92% da capital tem acesso a água encanada. A prefeitura, entretanto, informou que a cobertura chegava a 99%. "Quando assumimos, tínhamos mais de 40 mil ligações clandestinas funcionando fora do sistema. Nós não tínhamos conhecimento disto. Por conta de todas essas discrepâncias, o primeiro ano foi para adequar e corrigir os quadros essenciais, nós não fomos a campo", detalha.
Desta forma, o diretor da concessionária afirma que atingiu apenas 40% da totalidade dos serviços para garantir a universalização da água em Cuiabá. "Nós não fizemos 67% dos trabalhos em dois anos. Estamos na casa dos 40%, mas os 60% restantes é factível de fazer neste último ano", garantiu.
O contrato, assinado em 2012, prevê a universalização do abastecimento de água em três anos e da rede de esgoto em 10 anos.
Ou seja, a concessionária tem apenas um ano para fazer com que a água chegue em 100% das residência de Cuiabá, e oito para regularizar a situação da rede de esgoto.
Esta é a terceira e última oitiva da comissão. A primeira o grupo ouviu a Sinduscom, e a segunda a diretoria da Amaes, também realizou uma audiência pública para debater o tema com a população. O relatório deve ser entregue no próximo dia 26.
A informação é da assessoria da câmara.