A Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá vai requerer junto ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) uma cópia do laudo emitido pela Perícia Oficial do Estado (Politec). O documento afirma que o vídeo em que o ex-presidente do Legislativo, vereador João Emanuel (PSD), aparece negociando com a dona de uma gráfica é autêntico e não passou por nenhum processo de edição.
Para o presidente da Comissão, vereador Toninho de Souza (PSD), o laudo é peça-chave na investigação, uma vez que João Emanuel, em várias oportunidades afirmou que o vídeo era fruto de montagem. “Esta é uma parte crucial, que comprova que houve ali, naquela reunião, quebra de decoro”.
Souza ressalta a importância do documento, uma vez que nos 26 minutos de gravação Emanuel se apresenta como advogado, vereador e presidente da câmara. “É nesse vídeo que ele faz insinuações sobre os demais parlamentares e sugere a elaboração de um processo de licitação”.
A intenção de Souza e dos demais integrantes da Comissão, entre eles o relator, vereador Ricardo Saad (PSDB) é a de notificar Emanuel sobre a abertura do processo de cassação no dia 4 de fevereiro, que marca o retorno das atividades da Câmara de Cuiabá.
O laudo que atesta a veracidade do vídeo foi entregue aos promotores de Justiça responsáveis pelo caso na última segunda-feira (20). No documento, o perito responsável pela análise afirma que “as análises referentes aos exames (…) não evidenciaram indícios de edições de caráter fraudulento. O registro é formado por apenas um trecho contínuo que se apresenta conexo e com coerência entre áudio e vídeo”.
Para o advogado de Emanuel, Eduardo Mahon, a perícia não possuí valor judicial, uma vez que não a defesa não foi informada do pedido. “Se isso tivesse ocorrido, teríamos nomeado um assistente e o material seria produzido com a possibilidade do contraditório”.
Mahon pontua que, no momento em que o laudo for apresentado judicialmente provavelmente terá que ser refeito. “Vamos pedir uma nova perícia, evidentemente”.