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Cuiabá: advogado investigado pela PF diz que não é "laranja" de Eder Moraes

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O advogado Mardem Tortorelli, que teve sua residência e escritório alvo de ação da Polícia Federal, na manhã de hoje (19), afirmou que foram apreendidos, durante busca e apreensão, documentos relacionados a Eder Moraes, chefe do Escritório de Representação do Estado de Mato Grosso em Brasília. O advogado é suspeito de participar de uma organização criminosa desbaratada pela PF, durante a Operação Miquéias, especializada em lavagem de dinheiro e má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas.

Foram escalados mais de 300 policiais para cumprir 102 mandados judiciais em nove Estados.

Após ser ouvido e liberado pela PF, Tortorelli falou com jornalistas, e admitiu ser amigo e prestador de serviço de Eder Moraes. Ele negou que administre bens do ex-secretário ou seja seu sócio oculto.

“Não sou laranja, nem tangerina do Eder. Tudo o que tenho está em meu nome; é meu. Não tem nada do Éder Moraes. Tenho uma relação profissional com ele, atuei como assessor jurídico do Mixto quando o Eder administrou o clube. Além disso, somos amigos há mais de 20 anos. Nos conhecemos quando ele ainda era gerente de banco na Capital”, afirmou.

O advogado também negou ser “testa-de-ferro” de Eder Moraes na TV Pantanal. Ele confirmou que possui parte da empresa, mas que não tem ligação nenhuma com o ex-secretário de Estado.

“O Eder é meu cliente, então é natural que eu tenha esses documentos. No meu escritório também tenho documentos de tantos outros clientes. Só que os nomes desses clientes não foram divulgados, pois não dão polêmica”, afirmou, referindo-se a Eder.

Na residência do advogado foram apreendidos três carros: um Audi. uma Toyota Hilux SW4 e um Fiat Freemont, além de documentos. Em seu escritório, também foram apreendidos documentos e computadores.

Consultoria gratuita

Sobre o esquema investigado pela PF há um ano e meio, de lavagem de dinheiro por meio de contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de laranjas, Tortorelli disse que prestou consultoria jurídica à empresa Investe Investimentos Inteligentes, responsável por fazer o mapeamento financeiro das prefeituras para gerar fluxo de caixa nos cofres públicos.

“Eu era apenas o responsável pela parte legal de dizer o que estava juridicamente certo ou errado”, afirmou o jurista.

Ele disse que não tinha um contrato formal com a empresa e não recebeu remuneração pelos serviços de consultoria.

Nas investigações, a Polícia Federal descobriu a existência de uma holding de empresas que prestava “um verdadeiro serviço de terceirização para lavagem do dinheiro” proveniente de crimes diversos.

O dinheiro era creditado nas contas bancárias das empresas investigadas, e os valores ilícitos ficavam circulando pelas demais contas ligadas à quadrilha, de onde eram sacados.

Em 18 meses, foram sacados mais de R$ 300 milhões. Para não chamar a atenção dos órgãos de fiscalização, os criminosos substituíam periodicamente os “laranjas” e empresas envolvidas no esquema.

 

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