A CPI da Sema decidiu encaminhar ao Ministério Público Estadual (MPE) expediente para que seja pedida a prisão provisória do posseiro João Batista da Silva, o João “Maguila” e do procurador da fazenda Gislaine I, Fábio Leandro Galindo, que deveriam participar de uma acareação na tarde desta quarta-feira, juntamente com Antonio Góis, assessor parlamentar do deputado Juarez Costa (PMDB) e Avenir Fernando Marques de Araújo, representante da fazenda Rio Negro, para esclarecer dúvidas relativas aos depoimentos prestados anteriormente à Comissão.
O pedido de prisão foi levantado pelo presidente da CPI da Sema, deputado José Riva (PP) e imediatamente acatado pelos demais membros da Comissão. Com isso, João “Maguila” e Fábio Galindo deverão ficar presos até a realização da acareação, marcada para a próxima quarta-feira, no auditório René Barbour, na Assembléia Legislativa.
Os dois faltosos encaminharam expediente à CPI tentando justificar suas ausências. Fábio Galindo disse no ofício que decidiu não participar por não ter recebido ainda o relatório da vistoria feita por técnicos da Sema e acompanhada por técnicos da CPI, no período de 10 a 14 deste mês. Já “Maguila” alegou, além do desconhecimento do relatório técnico da vistoria, razões pessoais e a ausência de um representante no Intermat para acompanhamento da vistoria, conforme havia solicitado à CPI, além de temer pressões psicológicas durante a acareação.
As alegações não foram convincentes para a Comissão Parlamentar de Inquérito, principalmente por que, tanto Fábio Galindo quanto João “Maguila”, consideraram no primeiro depoimento que prestaram, que seria desnecessário a realização de uma nova vistoria na área cujo manejo florestal está sendo analisado pelos parlamentares, já que conheciam “de olhos fechados” toda a área de manejo. “Como é que agora eles precisam ter conhecimento do relatório da vistoria?”, questiona o deputado José Riva, destacando que, ao contrário de Galindo, João “Maguila” se recusou inclusive em acompanhar a vistoria, designando ser irmão, Adão da Silva, para substituí-lo.
“A verdade é que tanto um quanto o outro mentiu para o Ministério Público quando prestaram depoimento e mentiram agora, para a CPI e nós não podemos deixar que essas pessoas pensem que esta comissão não vai apurar as responsabilidades e cobrar a punição daqueles que incorreram em atos ilícitos ou em crimes ambientais. Nós vamos até o fim para assegurar um trabalho transparente e que vai dar uma nova dinâmica tanto para a Secretaria de Estado de Meio Ambiente quanto para os setores que dependem diretamente das decisões daquele órgão”, completa o presidente José Riva.
O gerente da fazenda Rio Negro, Avenir Fernando Marques de Araújo, que depôs ontem na CPI e foi convidado pelo presidente José Riva a participar da acareação na tarde de hoje, esteve presente, acompanhado de seu advogado, assim como o assessor parlamentar, Fernando Góis.