O ex-assessor especial da vice-governadoria e apontado como autor da denúncia de que o Consórcio VLT teria pago R$ 80 milhões em propina para se sagrar vencedor da licitação do modal de transporte coletivo que deveria ter ficado pronto a tempo da Copa do Mundo de 2014, Rowles Magalhães depõe nesta quarta-feira (9) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Assembleia Legislativa para apurar possíveis irregularidades nos empreendimentos voltados para o Mundial.
De acordo com o presidente da CPI, o deputado estadual Oscar Bezerra (PSB), a afirmação sobre o pagamento da propina será um dos assuntos tratados. O socialista preferiu não antecipar que outros temas os parlamentares abordarão durante a oitiva, mas o fato de Rowles ter sido representante do fundo de investimentos Inifinity, que doou o estudo de viabilidade do VLT ao governo do Estado, também deve ser abordado.
Isso porque a doação do estudo, que teria custado cerca de R$ 14 milhões e foi realizado pela empresa portuguesa Ferconsult, vem sendo assunto de recorrente durante as reuniões da CPI das Obras da Copa. Entre as constatações que os deputados já teriam chegado está a de que o documento é muito semelhante a um estudo feito anteriormente pela empresa Oficina Engenheiros Consultores Associados Ltda. Acontece que o trabalho da Oficina se limitou a uma comparação dos custos de implantação e operação do VLT e do BRT.
O suposto pagamento da propina de R$ 80 milhões veio à tona em 2012, com a publicação de uma reportagem no portal de notícias UOL que apontava Rowles como fonte. De acordo com a matéria, o ex-assessor especial afirmou, um mês antes de o resultado ser divulgado, que o Consórcio VLT, formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda e Astep Engenharia Ltda, venceria a licitação para a implantação do modal.
Tempos mais tarde, Rowles negou a veracidade das informações divulgadas pelo portal e chegou a dizer que teria inventado a história. A suposta propina já era, então, alvo de investigação dos Ministério Público Estadual (MPE) e Federal (MPF). Em Mato Grosso, o inquérito acabou arquivado por falta de elementos que embasassem a apuração.