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CPI enfrenta clima pós-eleitoral e acumula votação de mais de 200 requerimentos

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas vive um clima pós-eleitoral, o que tem reduzido o quórum e acumulado requerimentos para votação. Até agora são 206 requerimentos que aguardam resposta. Muitos deles com pedidos de depoimentos e solicitação de informações para integrar o relatório final até o prazo de 19 de dezembro, caso os trabalhos não sejam prorrogados. Ou seja, são cerca de quatro semanas para concluir o documento.

Ontem (14), a reunião administrativa da comissão foi adiada mais uma vez. Sem avanços nesse etapa, o relatório final da comissão deve encaminhar os indícios não investigados ao Ministério Público para que o órgão continue as investigações. Após as eleições, os parlamentares conseguiram ouviram apenas alguns depoimentos em sessões vazias, com poucos membros da comissão presentes. Ouviram, por exemplo, três ex-ministros da Saúde: Humberto Costa e Saraiva Felipe, do governo Lula, e Barjas Negri, do governo FHC. Somente José Serra não foi ouvido e não deu data para comparecer à CPMI.

Segundo o relator, o senador Amir Lando (PMDB-RO), o “clima político com a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é outro”. Indagado sobre se o clima poderia prejudicar a elaboração e a aprovação do relatório final, Lando respondeu que o trabalho continuará da “melhor forma dentro do prazo estabelecido” e elogiu o que foi feito até agora. “Estamos trabalhando continuamente e concluiremos o trabalho da melhor forma dentro do prazo estabelecido. Nós realizamos o objetivo, muito mais do que se imaginava, quando se criou a CPI, que era investigar o envolvimento de parlamentares com a compra superfaturada de ambulâncias.”

Durante o período eleitoral, principalmente a campanha do segundo turno da disputa para presidente da República, o presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), chegou a suspender sessões ao alegar que não deixaria o clima eleitoral influenciar nos trabalhos da comissão. Na época, a postura foi criticada pelo vice-presidente da CPMI, Raul Jungmann (PPS-PE), e pelo sub-relator Carlos Sampaio (PSDB-SP), sugerindo que a posição de Biscaia ajudava o candidato petista. A discussão era sobre a investigação da negociação do dossiê contra políticos tucanos. Esse debate deixou a comissão depois do segundo turno e não deve ser o foco, segundo o relator.

Em entrevista à Agência Brasil, o deputado Raul Jungmann apontou desinteresse dos integrantes. “Não está havendo desvio dos rumos traçados pela CPI. Está havendo um desinteresse e que a CPI padece de enfermidade por causa do desinteresse pós-eleitoral, tanto do governo quando da oposição”, disse. Contudo, o deputado ressalta que “a CPI nasceu com o mesmo desinteresse”. “Nascemos sós e tivemos um imenso sucesso. Podemos chegar ao fim sozinhos, mas apresentando um bom resultado.”

Amir Lando espera entregar o relatório final entre 13 e 15 de dezembro. A CPMI dos Sanguessugas foi criada para investigar a compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento da União. O empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, sócio da Planam, denunciou o envolvimento de mais de 90 parlamentares no esquema. Após análise, a comissão inocentou 18 e pediu a abertura de processo de cassação contra 72, sendo três senadores e 69 deputados. Os deputados Coriolano Sales (PFL-BA) e Marcelino Fraga (PMDB-ES) renunciaram ao mandato para fugir do processo de cassação.

Nas eleições, dos 69 parlamentares que foram candidatos apenas cinco foram reeleitos.

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