A Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia que investiga irregularidades nas obras da copa, em Cuiabá, aprovou as convocações de preresentantes das empresas Core e Orbi, que participaram da dispensa de licitação para elaboração do projeto do básico e executivo da Arena Pantanal. O pedido foi uma sugestão do deputado Dilmar Dal Bosco. "Queremos convocá-los para saber em quais outras dispensas de licitação eles deram cobertura".
Os deputados também aprovaram a convocação do ex-juiz federal Julier Sebastião Silva, que na época decidiu que as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) fossem retomadas. Estão atrasadas há 1 ano e meio e o atual governo espera resultado de um estudo especializado para definir a conclusão e o montante que será necessário investir. O VLT está entre as obras mais caras do 'pacote da copa'.
A convocação do atual Defensor Público-Geral, Djalma Sabo Mendes Júnior foi redesignada. O presidente da CPI, deputado Oscar Bezerra, justificou que a Secretaria de Estado de Cidade (Secid) ainda não repassou documentos requisitados pela comissão. As informações servirão de base para que os deputados questionem Mendes sobre os processos de desapropriações da qual ele o responsável à época como secretário adjunto das Ações de Desapropriações da Secopa.
Bezerra também confirmou que a CPI quer explicações do então governador Blairo Maggi, hoje senador, que articulou e conseguiu trazer a copa para Cuiabá. Ele pediu para que os questionamentos fossem enviados por escrito. “É uma prerrogativa que ele tem. O ideal seria que viesse aqui, mas se não, vamos aguardar as suas respostas”, disse o presidente da comissão.
Semana passada, a CPI ouviu, na condição de testemunha, Sérgio de Oliveira Coelho de Souza, responsável legal da empresa GCP Arquitetura, contratada que desenvolveu os projetos, básico e executivo, da Arena Pantanal. Sobre a anulação do processo licitatório para a compra das cadeiras da Arena Pantanal, realizado pelo Governo do Estado de Mato Grosso e a empresa Kango, Sérgio disse que sugeriu ao Governo que não comprasse de imediato as cadeiras porque com o advento da Copa e das Olímpiadas no Brasil, outra empresas entrariam no mercado do país. E que os parâmetros utilizados foram de acordo com as normas brasileiras e o que pedia a Fifa, informa a assessoria da CPI. O deputado Wagner Ramos ponderou com relação ao complô realizado pelas empresas para ganharem a licitação. “Fica claro o contato do governo com a empresa. Esse é o papel da CPI é de investigar, estamos fazendo todas as investigações e para no final punir os responsáveis”, disse.