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Coronel Lesco e esposa admitem crimes no esquema de grampos ilegais em Mato Grosso

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Presos há 13 dias sob acusação de obstrução de Justiça e participação numa farsa para tentar gravar o desembargador Orlando de Almeida Perri, o coronel da Polícia Militar, Evandro Alexandre Ferraz Lesco, ex-secretário da Casa Militar e sua esposa, a personal trainer Helen Christy Carvalho Dias Lesco, decidiram colaborar com as investigações sobre o esquema de escutas telefônicas clandestinas. Após reinterrogatório que durou cerca de 5 horas, o advogado do casal confirmou que dessa vez eles responderam aos questionamentos dos delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Henrique Stringueta.

“Apenas decidiram assumir a responsabilidade daquilo que eles têm conhecimento e estão envolvidos”, disse o advogado Stalyn Paniago Pereira na saída do Complexo Miranda Reis de Juizados Especiais, em Cuiabá. Detalhes dos depoimentos não foram repassados nem pela defesa e nem pelos delegados. Argumentam que as investigações são sigilosas. Na semana passada, o casal já havia sido interrogado, mas ficou em silêncio.

A própria defesa do casal pediu o reinterrogatório. Eles estão presos desde o dia 27 de setembro por determinação do desembargador Orlando Perri, responsável pelo caso dos grampos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Eles, juntamente com outras seis pessoas, são acusados de montar uma farsa para conseguir o afastamento do desembargador Orlando de Almeida Perri das investigações do caso que ficou conhecido como “grampolândia pantaneira”.

A farsa foi denunciada pelo tenente-coronel José Henrique Soares que afirmou ter sido coagido pelos integrantes do grupo para que permitisse a instalação de uma câmera espiã em sua farda que deveria ser usada quando participasse de alguma reunião com o desembargador Orlando Perri para falar sobre as investigações. Soares era o escrivão do inquérito policial militar instaurado pela Polícia Militar para apurar a participação de oficiais da corporação no caso.

Ontem, os delegados também interrogaram o advogado Marciano Xavier que antes era o responsável pela defesa do casal Lesco, mas deixou o caso depois que seu nome também foi citado nas investigações. Marciano teria ajudado Helen Lesco a conseguir uma gravação em áudio de uma reunião que o escrivão participou juntamente com o desembargador Orlando Perri, a delegada Ana Cristina Feldner e o responsável pelo inquérito militar, coronel Jorge Catarino Ribeiro, já que o intuito era conseguir meios de pedir a suspeição de Perri, prejudicando assim todo o andamento do inquérito.

Durante a oitiva, o delegado Flávio Stringueta deixou o prédio para realização de diligências complementares. Depois retornou junto com investigadores trazendo vários computadores, que segundo ele, estavam na Politec, passando por perícia. Trata-se de equipamentos apreendidos na Operação Esdras, quando além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências dos acusados e também na Secretaria de Segurança Pública (Sesp).

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