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Conselho de Ética votará parecer em processo por quebra de decoro contra deputado mato-grossense

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: reprodução)

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados vai se reunir, na quarta-feira (26), para dar prosseguimento à representação por quebra de decoro parlamentar contra José Medeiros (Pode-MT). O pedido de abertura de processo disciplinar foi apresentado pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), que alegou injúria do parlamentar mato-grossense contra o deputado Aliel Machado (PSB-PR), durante debates ocorridos no Plenário da Câmara, no dia 24 de abril.

A reunião desta semana, segundo a assessoria do Legislativo Federal, terá por objetivo a discussão e votação do parecer preliminar do deputado Luiz Carlos (PSDB-AP), que é relator do processo. O teor do documento ainda não foi divulgado pela Câmara dos Deputados.

Em caso de condenação, Medeiros poderá sofrer sanções, que incluem até a perda do mandato. “Frisa-se que a simples ofensa contra o deputado federal Aliel Machado, enquanto no exercício de suas funções, já poderia ser considerada irregularidade grave, capaz de macular a legitimidade do mandato do ofensor, por evidente abuso das prerrogativas asseguradas ao Parlamento, todavia, aliado a isso pesa contra o representado sua conduta violenta ao se projetar fisicamente sobre o representante, o que demandou a intervenção de parlamentares e da segurança da casa, algo absolutamente incompatível com o decoro parlamentar”, disse o PSB, na representação.

O deputado federal José Medeiros (Podemos) comentou a confusão, posteriormente, no plenário da câmara. Segundo ele, o motivo da irritação que deu início à confusão foi a informação publicada pela Folha de São Paulo, de que cada deputado teria recebido uma oferta do governo federal de R$ 40 milhões para votar favorável à reforma da Previdência.

“É uma mentira deslavada. Muita gente do meio político deveria estar na cadeia, sim. Mas tem muito pai de família. E eu não aceito um malandro pegar um microfone para fazer insinuações de que estamos pegando dinheiro para votar aqui. Isso é um desserviço para o parlamento brasileiro. Participei de todas as reuniões, não houve oferecimento, mas querem achovalhar”, disse na época.

Medeiros se irritou com Aliel, que, durante pronunciamento, citou a informação publicada pela Folha. O deputado mato-grossense, então, chamou Machado de “vagabundo” e, enfurecido, foi até ele. Os dois precisaram ser contidos por outros parlamentares, que evitaram uma confusão maior.

“Foi discutido aqui, intensamente pelos deputados da oposição, uma reportagem da Folha de São Paulo sobre a articulação da reforma da Previdência. Fiquei extremamente indignado com alguns deputados que, pegando carona nisso, começaram a dizer, por vias transversas, que tinha deputado aqui colocando R$ 40 milhões no bolso”, afirmou Medeiros.

José Medeiros, que foi senador até 2018, é vice-líder do governo na câmara, desde fevereiro deste ano. Ele foi eleito com mais de 82 mil votos.

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