O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antônio Joaquim, reagiu às declarações do deputado estadual Wilson Santos (PSDB) e afirmou que o tucano erra ao desqualificar sua atuação no órgão. Ele também negou ter agido politicamente ao votar pela aprovação das contas do ano passado do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Conforme Santos, Joaquim estaria negociando uma filiação ao PMDB, de olho nas eleições de 2018. Por conta desse futuro, teria deixado de lado a imparcialidade. O conselheiro, por sua vez, ameaçou processar parlamentares que estejam colocando em dúvida a condição dele de técnico em contas.
Já o deputado estadual Oscar Bezerra (PSB) defendeu Santos e chegou até a falar em pedir a suspeição (impedimento por parte do julgador) do conselheiro em relação a apreciação das contas de governo de Silval Barbosa.
O embate entre ambos iniciou quando o tucano usou a tribuna, ontem, para criticar o Tribunal de Contas do Estado (TCE) por aprovar “um conjunto de escândalos e absurdos”, quando do parecer favorável às contas do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). As declarações geraram reação do conselheiro Antônio Joaquim, relator do processo em questão, que rebateu e criticou o parlamentar estadual.
Rebatendo o discurso de Wilson durante a sessão plenária desta quarta-feira (17), em que o tucano defendeu que a Assembleia desconsidere a recomendação do Tribunal e reprove as contas do último ano de gestão do peemedebista, Antônio Joaquim pontuou que a decisão da Corte foi embasada em um relatório elaborado por mais de uma dezena de auditores concursados e preparados para o trabalho que desenvolveram.
Assim como pontuou durante o julgamento realizado na última terça-feira (16), o conselheiro ainda voltou a explicar a diferença entre as contas de governo, apreciadas nesta ocasião, e as de gestão, que ainda passarão pelo crivo da Corte. Pontuou que, por enquanto, o Tribunal se ateve à verificação do cumprimento da lei quanto a investimentos em saúde, educação e outros setores e que o fato de o parecer ter sido favorável não significa que o TCE se manifestará da mesma forma no próximo processo, que vai analisar mais detalhadamente o investimento do dinheiro público pelo ex-governador.