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Condições ‘desumanas’ na cadeia forçaram Silval a fazer delação, diz Eder Moraes

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O ex-secretário de Estado nas gestões de Blairo Maggi (PP) e Silval Barbosa (PMDB), Eder Moraes, acredita que a delação premiada firmada do primeiro com o Ministério Público Federal (MPF) ocorreu porque ele não suportou mais continuar em situação “desumana” dentro do Centro de Custódia de Cuiabá (CCC). “A pessoa primeiro precisa ser homem e ter estrutura psicológica para suportar as coisas. A cela que o Silval estava no Centro de Custódia é desumana. É uma cela de 3×2 metros”, disse em entrevista à rádio Capital FM.

Eder foi citado na delação premiada de Silval Barbosa como destinatário de uma propina de R$ 6 milhões paga por ele e pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Blairo Maggi para mudar depoimento prestado ao Ministério Público Estadual (MPE) sobre suposto esquema de compra de vagas no Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Inicialmente, ele teria cobrado R$ 12 milhões em vantagem indevida, conforme a delação de Silval, mas acabou aceitando R$ 6 milhões. Ele também ficou preso no CCC quando foi preso na operação Ararath, que apura crimes contra o sistema financeiro, como lavagem de dinheiro e afirma que sabe como é o local em que Silval Barbosa permaneceu encarcerado.

“Eu fiquei preso no centro de custódia por essas ações da Ararath, mas não tinha comunicação nenhuma com ele [Silval] porque não podíamos falar, mas eu conheço o tamanho das celas todas. É desumana a condição que o ser humano fica ali! Quem foi ali e ficou sabe do que eu estou falando. Então, preso há dois anos, o horizonte fechado, a única porta aberta foi uma delação que não foi feita aqui em nível estadual, foi feita no Supremo Tribunal Federal e envolvendo autoridades com privilégio de foro, essa coisa toda pra poder manter uma delação”.

Segundo Eder Moraes, para manter sua delação e, dessa forma obter os benefícios dela nas ações penais a que responde, Silval teria passado a misturar verdades com mentiras. “Ele mesclou, com certeza, verdades com mentiras pra construir um castelo de areia dos fatos que ele entendia que poderia afetar as pessoas. Joga todo mundo na fogueira e cada um que se cuide”.

Questionado sobre as supostas provas em vídeo que o ex-governador teria para sustentar suas declarações, o ex-secretário afirmou não se intimidar. “Eu acho que se ele tem prova e gravação em vídeo, que ele apresente. Discute-se isso dentro do processo. Eu tenho certeza absoluta que comigo isso não vai acontecer porque eu nunca tratei isso com o governador Silval Barbosa, absolutamente, nenhum assunto dessa natureza”.  

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