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Comissão pró-emancipação da UFMT em Sinop projeta criação de nova universidade em até dois anos

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Só Notícias/Wellinton Cunha (fotos: Só Notícias)

O professor aposentado Abílio Fernandes Neto previu que, a partir da criação da comissão pró-emancipação do campus da Universidade Federal de Mato Grosso em Sinop, formada na última sexta-feria à tarde, na sede da Unesin, pode levar até dois anos para o desmembramento do campus. “Esse grupo de trabalho vai estabelecer as metas, consequentemente os prazos, para nós podermos implantar aqui a universidade. Eu acredito que em torno de dois anos – pelo menos vamos trabalhar para isso – a gente possa estar iniciando a nossa universidade federal aqui. E é necessário também a participação da sociedade e das entidades”, disse Abilio que, na década de 90, foi um dos principais articuladores da implantação do campus da UFMT em Sinop.

Abílio ressaltou que os trâmites para criação da Universidade Federal do Norte, ficando desmembrada da UFMTem Cuiabá, podem ser demorados e burocráticos. Ele relembrou que o primeiro pedido à UFMT para criação de um centro pedagógico de ensino superior em Sinop foi feito em fevereiro de 1981, pelo colonizador Ênio Pipino, quando a cidade tinha seis anos de fundação. O primeiro protocolo de intenção entre a prefeitura e a universidade foi firmado apenas em 1985. Nos anos seguintes, foram feitas as negociações com o ministério da Educação e a autorização de criação do Instituto Universitário do Norte Mato-grossense (Iunmat) saiu em 1992, com início das aulas em 1994, com 80 alunos de graduação em Ciências Contábeis e depois foi transformado em campus da UFMT. Atualmente, o campus tem cerca de 3,5 mil acadêmicos em dezenas de cursos. A partir da criação da Iunmat, foi iniciada nova fase ao longo das décadas de 1990 e 2000, necessária para transformar o núcleo em campus efetivo, o que ocorreu em 2008, quando passou a ter pró-reitoria e institutos próprios.

O professor ressaltou que é fundamental que a comissão, além de seguir sua análise, faça também análise de mercado e concorrência, estabeleça metas, objetivos e indicadores de resultados, crie uma campanha e faça levantamento de recursos pessoais, financeiros e materiais, tanto para incluir a sociedade civil no projeto como para avançar as negociações com autoridades políticas e com o ministério da Educação. “Sem a sociedade, não existe universidade. A universidade tem os seus docentes, tem os seus alunos, tem os seus técnicos, mas quem sustenta a universidade é a comunidade. Sem a comunidade, não adianta nós fazermos nada, nós precisamos da comunidade, as universidades, seja ela em qualquer local, ela só sobrevive se a sociedade estiver presente”, afirmou.

Foi definido que a comissão será sempre representada por membro da prefeitura, câmara de vereadores, Associação Comercial e Empresarial de Sinop (ACES), Unesin, Sindicato Rural, OAB Sinop, Grupo Sinop, além do professor Abílio. O professor do campus da UFMT em Sinop, Carlos Breda, também foi incluído para representar a comunidade acadêmica.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, José Pedro Serafini, principal porta-voz pela emancipação dentro da prefeitura, afirmou que o pró-reitor do campus de Sinop, Elton Brito Ribeiro, está ciente da organização da comissão e dos objetivos da comissão. “Nós queremos ser uma universidade nova, sendo independente, tendo as nossas representações, tendo as nossas ligações diretas com o Governo do Estado, com o Governo Federal, com o Ministério de Educação, tendo um orçamento próprio, independente e crescer ainda mais, fazer com que a Universidade do Nortão venha a oferecer muito mais cursos e viver muito mais dentro do seio da sociedade”, disse o secretário.

No manifesto, as entidades destacam que a emancipação permitirá maior agilidade na gestão institucional, na criação e fortalecimento de novos cursos, na ampliação da pesquisa e da extensão, na intensificação das parcerias estratégicas com os setores público e produtivo e mais liberdade financeira para gerir o orçamento. Do total de recursos encaminhados pelo governo para a universidade, atualmente, 66,5% ficariam para o campus de Cuiabá, 17,2% para Sinop, 13,25% para o Araguaia e pouco mais de 5% para Várzea Grande.

Conforme Só Notícias já informou, o prefeito Roberto Dorner (PL) esteve na audiência e pretende entregar em mãos ao presidente Lula (PT), em Cuiabá, no próximo dia 16, o manifesto da comissão.

Só Notícias tentou contato a reitora Marluce Souza e Silva para se manifestar a respeito da criação da comissão, mas não recebeu reposta até o momento. Em outubro, em debate com a comunidade acadêmica em Sinop, ela manifestou-se contrária à emancipação, expondo que a universidade perderia força institucional.

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