Repetindo o mesmo cenário de eleições passadas, começaram ontem as primeiras ações na Justiça Eleitoral, primeiro por parte do Ministério Público Eleitoral tentando impugnar pedidos de registro de candidatura, mas também por parte das coligações e partidos tentando atropelar os adversários que consideram fracos, mas preferem não tê-los na disputa.
Assim foram despachados 45 intimações contra candidatos a vereador, acionados pelo MPE e uma contra o candidato a vice, Francisco de Anis Faiad (PMDB), na chapa encabeçada pelo petista Lúdio Cabral. O autor deste pedido é a Coligação Um Novo Caminho para Cuiabá, liderada pelo empresário socialista Mauro Mendes (PSB), que tem como vice o deputado estadual republicano João Malheiros.
A alegação do jurídico de Mauro Mendes é de que, embora afastado oficialmente das funções na Ordem dos Advogados do Brasil, onde é conselheiro federal, Faiad viajou na semana passada na condição de exercente do cargo a Brasília.
As notificações ontem foram despachadas e entregues pela 1ª Zona Eleitoral de Cuiabá, que é a responsável por conhecer e julgar os pedidos de registro de candidaturas, suas impugnações e arguições de inelegibilidade conforme preceitua a legislação.
Outros 47 candidatos a vereador, que tiveram suas candidaturas impugnadas pelo Ministério Público Eleitoral, não puderam ser notificados pela Justiça Eleitoral, porque apresentaram número de fax incorreto no momento do registro de candidatura. O cartório eleitoral vai intimar os partidos políticos para apresentar um novo número de fax, dentro de 24 horas, sob pena de terem seus registros desconsiderados.
Além destes, o Ministério Público Eleitoral impugnou outras candidaturas proporcionais. Os nomes dos candidatos impugnados serão divulgados na medida em que forem notificados pelo cartório. O candidato impugnado tem 7 dias, a partir da notificação, para contestar a impugnação e apresentar a documentação que comprove estar apto a concorrer no pleito marcado para 7 de outubro. Até o dia 5 de agosto a Justiça Eleitoral terá que julgar todos os registros de candidatura, com exceção daqueles realizados em decorrência de vagas remanescentes e de substituição de candidatos.
Outro lado – Para Francisco Faiad, a decisão da coligação adversária é desespero de causa por já estar sentindo o crescimento da candidatura de Lúdio Cabral. “Não vão ganhar no voto e querem ganhar na Justiça”. Para ele, este tipo de atitude só lhe fortalece e demonstra para a população que aqueles que se pregam como verdadeiros, como paladinos, têm receio de ir para às ruas e enfrentar cara a cara o eleitor.
“A única viagem que fiz foi para o 1º de Março, CPA, Florianópolis, Tijucal, Coxipó, enfim para toda Cuiabá. Quem não tem argumentos para debater no campo das ideias fica procurando desculpas para se mostrar imponente. É duro ser doce”.