O prefeito Nilson Leitão classificou, hoje de manhã, em entrevista coletiva, de ‘jogada política’ e ‘ações levianas’ de vereadores de oposição, em relação aos cheques apreendidos durante a operação Navalha, em sua casa, totalizando R$ 400 mil. Ele explicou que os cheques eram familiares, de amigos, atuais secretários, ex-assessores de uso pessoal e de caução, “mas que nenhum foi operacionalizado e são exeqüíveis, que podem trocar no banco ou usar em negócios, não tem utilidade financeira e uso comercial. Me impressiono quando falam que com esse dinheiro pode até pagar indenização porque esses cheques não valem pra nada, não servem para serem trocados no banco, depositados. São documentos antigos, todos prescritos”, defendeu-se. “Quem até hoje já não pediu uma folha de cheque como caução”, ponderou. Nilson disse que também emprtestou um cheque ao vereador Mauro Garcia (PPS), hoje seu principal opositor, no valor de R$ 2 mil, em 2001, e até hoje não teria recebido a dívida. “Ele veio em meu gabinete em dezembro de 2001 e pediu emprestado”, declarou. Mauro nega.
O prefeito disse que a promotora da Comarca de Sinop Lais Furlin, “se precipitou”, já que recebeu apenas cópia de um parecer sobre o projeto da rede de esgoto e fez “um estardalhaço”. “O Ministério Público Federal tem os documentos e não fez nenhuma acusação contra mim. Não vou acusá-la e dizer que ela foi maldosa, acho que ela errou e se precipitou, numa vontade pessoal, talvez, de prejudicar o prefeito de Sinop”, alegou.
Sobre os cheques utilizados em campanha e que estariam entre os apreendidos, Leitão destacou que esse procedimento é normal. “Isso acontece quando você precisa dar cheque caução para fazer uma compra a prazo e quando o dinheiro oficial da campanha entra, você paga com dinheiro oficial e resgata aquele documento. Poderia ter sido uma nota promissória, ou outro documento”, explicou.
Nilson também criticou a oposição sobre o pedido de instalação de CPI para investigar possíveis irregularidades no processo de licitação das obras da rede de esgoto, em que foi contemplada a empresa Gautama, investigada na operação Navalha, o que já está sendo apurado pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ). “Está na hora da câmara e da sociedade discutir Sinop, o que eu estou fazendo. Nesses últimos 15 dias que estão discutindo esse assunto eu já fui a Cuiabá, ter audiência com governador para discutir o recapeamento do aeroporto, que é um problema sério, fui em Brasília tentar forçar rapidez na iluminação do aeroporto, também estamos trabalhando licitação de obras importantes”, destacou.
“A hora que o Ministério Público me devolver (os cheques) eu posso até doar para esses vereadores tentarem fazer dinheiro que eles devem estar precisando”, criticou.
Outro lado
A assessoria do Ministério Público divulgou nota onde o corregedor-geral do MP, procurador Edmilson da Costa Pereira, esclarece “que todos os atos do Ministério Público devem ter fundamentação legal, sendo isso público e estando aberto a ser discutido judicialmente. Ele lembra que em qualquer inquérito é dado a aquele que está sendo apontado o direito de se defender na Justiça.”.
(Atualizada às 09:22hs em 05/07 )