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Chefe do MPE promete a deputados auditoria em sistema usado para grampear alvos de investigações

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Só Notícias/Gazeta Digital (foto: Mauricio Barbant/assessoria)

O procurador-Geral de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE), José Antonio Borges, anunciou que a empresa fornecedora do sistema Guardião irá realizar auditoria dos números interceptados pelo programa. A ferramenta é usada pelo órgão para grampear alvos de investigação.

Antonio Borges esteve reunido com os deputados, na Assembleia Legislativa (ALMT), nesta terça-feira para prestar esclarecimentos sobre as acusações contra membros do MPE de uso indevido de verba do órgão e interceptações clandestinas nas apurações. Um dos alvos da “barriga de aluguel” teria sido a deputada Janaina Riva (MDB) para que pudessem ter acesso a informações sobre o pai, José Riva. A acusação foi feita pelo cabo da Polícia Militar Gerson Corrêa e pelo coronel Evandro Lesco.

Além de obter informações do ex-deputado Riva para investigações de desvio, o promotor Marco Aurélio de Castro, membro do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), queria saber se os delitos que teriam sido praticados por Riva ainda ocorriam no gabinete da filha, que manteve a maioria dos servidores do pai, como declararam os militares.

“Vamos investigar isso, internamente, como foi informado aos deputados. Temos uma empresa que fornece o sistema Guardião. Essa empresa vai fazer a auditoria externa. Esse é um programa que não é barato e a empresa precisa ter confiabilidade para se manter no mercado”, afirma o procurador.

Segundo Borges, o Guardião custa cerca de R$ 70 mil para o MPE, por ano. Essa auditoria externa terá um custo para o órgão, porém o valor da despesa não foi divulgado. Quando houve o escândalo dos grampos, em 2017, com exibição no programa Fantástico, o MPE se posicionou dizendo que iria auditar o sistema. Posteriormente, informou que nada de irregular foi encontrado. Em depoimento, na semana passada, os militares réus na Grampolândia, revelaram que houve apenas uma “simulação” de fiscalização, mas que nada foi feito efetivamente.

Questionado, o procurador afirmou que “o que foi feito foi uma auditoria interna. Agora uma empresa externa irá fazer esse trabalho”. “Ele foi muito esclarecedor. Disse que vai fazer investigação e nos manter informados disso”, disse o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM).

Após a revelação das escutas clandestinas em 15 operações do Gaeco, advogados já acionaram a Justiça para tentar anular investigações. Quanto a isso, o procurador assegura que a sociedade pode ficar tranquila. “Se houve investigação quanto ao tráfico de drogas, é porque a droga foi encontrada. Se houve investigação de políticos por desvio, é porque houve o desvio de dinheiro. Uma das provas é fazer interceptação telefônica, mas ela não condena ninguém”, frisa.

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