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Cerca de 64 mil invalidam voto na Grande Cuiabá

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Uma eleição "chatíssima", sem alegria, sem envolvimento dos eleitores, boa parte deles descrente e focada apenas nos candidatos. Assim o cientista político João Edisom, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), explica o alto índice de votos brancos e nulos, registrados pelo Tribunal Regional Eleitora (TRE) este ano, na capital e em Várzea Grande.

Segundo ele, o que mais preocupa é que estes indicadores estão piorando ano a ano. Lembrando ainda que muitos dos que votaram fizeram isso porque é obrigatório.

Mais de 64 mil pessoas da Grande Cuiabá foram às urnas neste domingo (2) mas não escolheram nenhum dos candidatos a prefeito, mesmo tendo seis opções em Cuiabá e quatro em VG.

Para se ter ideia, na capital, o número de votos brancos e nulos é superior aos angariados pelos três últimos colocados: Julier Sebastião (PDT), Serys (PRB) e Renato Santtana (Rede).

Também não escolheram vereadores entre 451 opções de Cuiabá e 319, na cidade vizinha. "Foi uma eleição chatíssima sem alegria, sem festa, sem esperança".

Na opinião dele, todas as medidas tomadas nos últimos anos pela justiça eleitoral, para coibir os roubos, são voltadas ao candidato. "Mas o foco tem que ser o eleitor". "Diminuíram tempo de campanha para os candidatos não gastarem muito, por exemplo, mas aí a gente não conhece direito quem são eles", comenta, lembrando que as pessoas trabalham durante o dia e não têm tempo de ficar em frente à TV vendo as inserções relâmpago.

João Edisom é favorável aos comícios e o posicionamento público de pessoas influentes e celebridades, como atrizes e cantores. Ele observa que, na Grécia, nos primórdios da política – nos moldes da que conhecemos hoje – as pessoas iam votar em um ambiente de evento cultural. "Os músicos tocavam cítara, havia artesãos expondo, era um espetáculo da alegria e não da raiva", detalha. "A democracia tem que ser um processo atrativo".

Ele compara o eleitor ao aluno, que, em sala de aula, precisa ser convencido de que o conhecimento é interessante. "O eleitor é o eterno aluno da democracia".

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