A deputada Celcita Pinheiro (PFL) divulgou nota, agora há pouco, defendendo-se do pedido de cassação de seu mandato, feito hoje pela CPMI Sanguessugas, sob acusação que teria recebido propinas da Planam. A comissãõ pede que o Conselho de Ética investigue 72 parlamentares.
Eis a íntegra da nota de Celcita:
“Foi com tristeza e indignação que recebi a notícia nesta quinta-feira (10.08) de que meu nome foi incluído pela CPMI das Ambulâncias na relação dos parlamentares que serão investigados pela Comissão de Ética de suas respectivas Casas, como suspeitos de quebra do Decoro Parlamentar.
Lamento o fato de não ter tido o direito à ampla defesa na CPMI, que agiu, a meu juízo, pautada por interesses outros que não a estrita apuração dos fatos.
No meu caso, afirmo que a CPMI optou por abraçar a versão de réus confessos de prática de corrupção a considerar a palavra de deputados e senadores constituídos pelo voto popular, com fé pública.
Não há nenhuma prova material que justifique a inclusão no meu nome na lista de deputados suspeitos, mas apenas versões truncadas e mal-esclarecidas de pessoas sem credibilidade moral e ética. O que me causa prejuízos irreparáveis á minha honra e imagem pública, construída sobre valores nobres como ética, fé em Deus, respeito á família e ao ser humano.
Entretanto, em nome da verdade, reafirmo o que segue:
Não tenho nenhuma relação com a empresa PLANAM ou suas associadas, tampouco com seus sócios, diretores e funcionários.
Jamais recebi, a qualquer título, qualquer repasse financeiro da referida empresa e seus sócios, ou de sua ordem. Isso inclui doações de campanha.
Não procurei, tampouco fui procurada, por qualquer representante da referida empresa para negociar a destinação das emendas individuais a que tenho direito como deputada federal. Todas as emendas de minha autoria foram decididas exclusivamente por mim, com base nas prioridades ditadas por minhas convicções e por reivindicações que recebo dos municípios, entidades e da sociedade mato-grossense.
Ao longo da minha carreira na Câmara dos Deputados, iniciada em 1999, já apresentei centenas de emendas para as mais diferentes áreas, tais como 17 creches; 11 Centros de Juventude; 13 Centros de Múltiplo Uso; 10 Centros Comunitários; 4 Centros de Atendimento ao Deficiente; 3 Centros de Geração de Renda; 718 Casas Populares em 17 municípios; Pavimentação Asfáltica em 21 municípios; Sistema de Abastecimento de Água em 12 municípios; 9 quadras e mini-estádios; 10 Centros Culturais, Bibliotecas e Pontos de Cultura; 8 veículos para Transporte Escolar; além de verbas para divulgação do turismo, construção e ampliação de prédios de hospitais, unidades do poder judiciário e abrigo de mulheres, entre outros, beneficiando mais de 40 municípios mato-grossenses.
Em oito anos de mandato, destinei apenas 13 emendas para Unidades Móveis de Saúde, e asseguro que em nenhuma delas participei ou exerci qualquer tipo de influência, como de resto, na totalidade das emendas por mim alocadas, no processo de contratação dos referidos investimentos, competência essa que foi exercida pelos organismos contemplados, devendo eles, e ninguém mais, responder integralmente pelos processos licitatórios e também pela fiscalização, recebimento e pagamento dos contratos.
Antecipo que não me deixarei abalar por essa trama que coloca inocentes no banco dos réus e glorifica réus confessos. Mas, com a fé inabalável que tenho em Deus e na Justiça, vou provar minha inocência na Comissão de Ética e perante a Opinião Pública brasileira e mato-grossense”