Inaugurado em outubro do ano passado, o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) tem mexido com o imaginário da população de Mato Grosso. Isso porque, apenas neste ano, alguns dos mais importantes políticos do Estado estiveram presos na unidade, que tem capacidade para 24 reeducandos. Neste momento, estão detidos nada menos que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e os ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel Souza de Cursi, apontados como mentores de um esquema de extorsão e corrupção envolvendo benefícios fiscais. Para mostrar como é a rotina do CCC, a reportagem ouviu algumas pessoas que estiveram presas na unidade e contaram detalhes do Centro.
O dia no CCC, destinado aos recuperandos com nível superior e condenados pela Justiça pelo não pagamento de pensão alimentícia, começa às 7 horas da manhã, quando as celas são abertas e os presos podem acessar o pátio para o banho de sol ou a sala para as atividades laborais. “Naquele momento, a gente recebe um pão e um achocolatado, como café da manhã. Não é nada especial, mas também não é ruim”, conta um reeducando que esteve preso na unidade por alguns dias.
Já devidamente alimentados, os presos podem permanecer no pátio à vontade. “O problema é que ele é muito apertado, pequeno mesmo”. Além de caminhar e conversar com outros reeducandos, aqueles que quiserem podem lavar suas roupas no local, que conta com tanque e varal. No final da manhã, os agentes servem o marmitex destinado aos presos com o almoço.
Geralmente ele é composto por arroz, feijão, algum tipo de carne e salada, tudo servido em porções individuais. “A comida, ao contrário do que muita gente pensa, não é ruim, mas é comida de cadeia, o tempero não é dos melhores. Geralmente nos servem bife como carne, mas algumas vezes, bem poucas na verdade, recebemos peixe frito”.
Com o fim da refeição, muitos dos presos preferem ocupar suas camas nas celas, que contam com quatro ou seis camas e ventiladores. “São espaços dignos, geralmente estão limpos, porque nós mesmos cuidamos disso. Dá para ficar tranquilamente”, diz o reeducando que esteve preso na unidade.