A candidatura do senador Jonas Pinheiro ao governo do Estado não é prioridade do PFL nacional. Em jantar neste domingo com o candidato à presidência da República pelo PSDB, o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen mostrou claramente que não está preocupado com a sorte do partido em Mato Grosso ao listar seu interesse em oito estados, além do seu, Santa Catarina onde quer que o PSDB apóie o candidatos do PFL.
No jantar, Bornhausen citou em quais Estados vai exigir o apoio do PSDB para poder compor a chapa de união nas eleições de 2006 e manter a verticalização.
O presidene nacional do PFL, Jorge Bornhausen, SC, está encontrando dificuldade para promover a coligação com o PSDB. Uma ala defende a aliança indicando o vice. Acontece que outra ala está preocupada com a formação de alianças nos Estados. Ele exige chapa única para os governo dos Estados do Maranhão, com a senadora Roseana Sarney, filha do senador José Sarney, do PMDDB; o apoio a reeleição de Paulo Souto, na Bahia; o senador Desmótenes Souza, em Goiás; a reeleição em Sergipe de João Alves; a candidatura de Mendonça Filho, vice-governador em Pernambuco; do senador Heráclito Fortes, no Piauí; Amazonino Mendes, no Amazonas; do deputado José Roberto em Brasília. Outro estado importante é Santa Catarina. Lá o PSDB quer lançar Leonel Pavan, Senador. Mas o pefelista que é do Estado exige que o PSDB desista de lançar candidato para apoiar o prefeito de Lages, Raimundo Colombo.
Nesta relação de exigências para a formação do arco de aliança, Jorge Bornhausen e os principais caciques do PFL demonstram não ter nenhum interesse em vencer a eleição em Mato Grosso e muito menos em apoiar o senador Jonas Pinheiro em uma disputa contra o governador Blairo Maggi.
Dentro deste panorama nacional alguns pefelistas mato-grossenses entendem que o melhor para o partido no Estado é mesmo promover uma aliança com o governador Blairo Maggi, mesmo que este apoio seja “branco”, ou seja sem subir ao palanque em virtude da verticalização que poderá ser imposta pelo Supremo Tribunal Eleitoral.
Aliás, o comentário na manhã desta segunda-feira na lides pefelistas de Mato Grosso, ao contrário da agitação da semana passada, era mesmo a de que o partido não vai lançar ninguém para a disputa ao Governo do Estado. “O Jonas (Pinheiro) não vem demonstrando assim tanto interesse em concorrer contra o amigo Blairo. Além disso, nunca fomos afinados com o PSDB. Portanto, nosso caminho será mesmo o PPS e a manutenção da aliança com Blairo Maggi”, disse este influente militante partidário.
A análise que se faz dentro do PFL é a de que o melhor neste momento é mostrar que o partido é forte e tem peso significativo dentro de uma aliança partidária. “Estamos mostrando a Blairo e sua equipe que com o PFL ele poderá se reeleger no primeiro turno e fazer a maioria tanto na Assembléia Legislativa quanto na Câmara Federal. Unidos seremos fortes. Por isso queremos não só uma vaga para o Senado, com o Jaime (Campos, ex-governador e ex-prefeito de Várzea Grande), mas também a vice-governadoria”, disse o interlocutor pefelista.
A maior preocupação do PFL está mesmo em garantir a maioria das vagas na Assembléia Legislativa e a única vaga existente para o Senado Federal. No partido se entende que Jaime tem tudo para conseguir esta vaga. E com sua vitória o partido poderá fazer a maioria na Assembléia. “O Blairo precisa entender que o PFL será ainda mais forte. Estamos trabalhando para isso. E temos consciência que faremos a maioria na Assembléia. Portanto, ele terá de nos apoiar ou terá um governo inviabilizado em seu segundo turno”, e dispara um dirigente pefelista.
Quanto a decisão do senador Jorge Bornhausen em não impor a Geraldo Alkimin a necessidade do PSDB apoiar um candidato do PFL em Mato Grosso este pefelista acha normal. “Esta turma de Brasília sempre esquece Mato Grosso. Nunca contamos com eles em nossos projetos. Por isso não estamos preocupados com isso. Vamos continuar tocando o barco para a frente e realizando o que for melhor para o partido a nível regional”, ressalta.