Os candidatos ao governo de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB) e Wellington Fagundes (PR), reagiram ao vídeo publicado em alguns veículos de comunicação de Cuiabá mostrando o coordenador financeiro da campanha do ex-prefeito da capital, Mauro Mendes (DEM), entregando dinheiro ao deputado federal Valtenir Pereira, que concorre à reeleição. Taques requer a quebra de sigilo bancário do coordenador e do político e Wellington pede que a Polícia Federal, o Ministério Público e o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) investiguem possível prática de caixa 2. Valtenir nega irregularidades, diz que o dinheiro é da campanha de 2010 e que é legal.
A coligação de Taques fez uma petição judicial, assinada pelo advogado José Antônio Rosa, pedindo a quebra do sigilo bancário do empresário Mauro Carvalho, coordenador financeiro da campanha de Mauro Mendes e de Valtenir, além de busca e apreensão nos escritórios e comitês de todos os envolvidos.
“Os fatos são suspeitíssimos e merecem a maior atenção e rigor deste órgão de controle. Isto porque, parece tratar-se claramente, no mínimo, do famigerado “caixa dois” de campanha, uma vez que o coordenador financeiro da campanha majoritária estaria repassando maços de dinheiro vivo a um candidato a deputado federal”, diz trecho do documento.
Wellington Fagundes foca suas críticas à possível prática de caixa 2. Ele classificou o conteúdo da gravação como grave e exigiu atenção especial das autoridades. “Como todos puderam notar, a gravação foi feita pelo próprio coordenador da campanha de Mauro. A vida pública nos traz a exigência de um comportamento exemplar e da mais absoluta transparência”, declarou o republicano.
Outro lado
Valtenir publicou um vídeo nas redes sociais se defendendo. Ele alega que trata-se de uma “trucagem criminosa” para prejudicar a ele e a Mauro Mendes na reta final da campanha, reitera que o vídeo é de 2010, o que, segundo ele, comprova a existência da Grampolândia Pantaneira (escândalo de escutas ilegais descobertos no governo Pedro Taques), e promete acionar na justiça os responsáveis pela divulgação e propagação do conteúdo.
“A gravação distribuída para atacar a minha honra foi feita em 2010 quando presidia o PSB e estava organizando o Movimento Mato Grosso Muito Mais. A situação da reunião com o empresário Mauro Carvalho, numa edição criminosa e mentirosa, foi tirada de contexto para atingir a minha imagem e a minha honra. Os recursos em questão foram usados legalmente para custear viagens ao interior do estado de Mato Grosso para organizar o Movimento Mato Grosso Muito Mais”, defendeu-se.