O plenário da Câmara pode votar na quarta-feira (23) o processo contra o deputado José Dirceu (PT-SP). O deputado entrou com recursos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e no Supremo Tribunal Federal, o que pode adiar a votação. O Conselho de Ética aprovou no dia 4, por 13 votos a 1, o pedido de cassação de José Dirceu por quebra de decoro parlamentar.
Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o deputado questiona a tramitação de processo contra ele no Conselho de Ética, além da data prevista para votação no plenário da Câmara. No parecer, o deputado Sérgio Miranda (PDT-MG), responsável pela análise do recurso, rejeita a tese do recurso, na qual os advogados alegam que Dirceu foi prejudicado quando o Conselho de Ética inverteu a ordem dos depoimentos, ouvindo primeiro as testemunhas de defesa do ex-ministro, e só depois as de acusação. Mas ele aceitou o argumento dos advogados de Dirceu de que o processo só poderia ser encaminhado à Mesa Diretora, para votação em plenário, depois que o recurso fosse votado na CCJ.
Além disso, o deputado entrou também com mandado de segurança no STF pedindo que seja suspensa a votação em plenário da Câmara dos Deputados, no próximo dia 23. O deputado diz que o Conselho de Ética feriu a autonomia do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) ao negar o pedido de retirada da representação e ressalta que foi prejudicado pelo fato de as testemunhas de defesa terem sido ouvidas antes das testemunhas da acusação.
O parlamentar questiona ainda a transferência de dados bancários sigilosos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios para o Conselho. O repasse teria influenciado na condução do depoimento de uma testemunha de acusação, a presidente do Banco Rural, Kátia Rabelo.
A representação contra Dirceu foi aberta pelo PTB, que o acusou de articular o pagamento de parlamentares em troca de apoio ao governo quando exercia o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. Mais tarde, o PTB tentou retirar a representação, sem sucesso.