A Câmara dos Deputados deve votar hoje (5) o processo que pede a cassação do mandato do ex-presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT-SP), acusado de quebra do decoro parlamentar. A mulher do deputado sacou R$ 50 mil das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, considerado o principal operador do chamado “mensalão”, esquema de pagamento de mesadas a parlamentares em troca de apoio ao governo.
João Paulo alega que o saque foi feito por determinação do ex-tesoureiro do PT, Delúblio Soares. “Eu estava convencido de que o dinheiro era oriundo dos cofres do partido”, afirma. Segundo ele, os R$ 50 mil foram usados para pagamento de pesquisas eleitorais em quatro cidades da região de Osasco (SP).
Por nove votos a cinco, o Conselho de Ética aprovou o relatório do deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS) recomendando a cassação do mandato de João Paulo. A votação, em cédulas de papel, é secreta, e a sessão está marcada para as 16 horas.
São necessários, no plenário, no mínimo 257 votos favoráveis ao parecer para que João Paulo Cunha seja cassado e perca parte dos direitos políticos, tornando-se inelegível até 2015. Se o processo for arquivado, o parlamentar poderá concorrer às eleições de outubro próximo.