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Câmara de Sorriso cria CPI para investigar secretários e vereadores

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A Câmara de Sorriso aprovou, agora há pouco, requerimento 54/11 criando a Comissão Parlamentar Inquérito para investigar denúncias de corrupção -que foram feitas inicialmente ao Ministério Público- envolvendo vereadores, secretários municipais e o prefeito Chicão Bedin. São apresentadas versões distintas para o caso: uma que cinco vereadores estariam cobrando propina para apoiarem o prefeito e a outra que ele estaria tentando corromper parlamentares em busca de apoio. O requerimento cita para serem investigados os secretários municipais Santinho Salerno (Indústria-Comércio) e Zilton Almeida e o prefeito. Porém, a câmara também deve investigar os vereadores Gerson Francio (Jaburu) e Chagas Abrantes que foram citados. O presidente Luis Fabio confirmou, dissse que a CPI “é para investigar toda esta situação – câmara e prefeitural municipal e quem foi citado neste caso” e que a câmara pediu mas não recebeu “do Ministério Público, cópias das denúnicas”.

Quando o requerimento foi lido, foi apontanda falha na redação e em seguida iniciou debate entre as bancadas de oposição e situação. O vereador Maximino Vanzella, líder do prefeito, se manifestou favorável à criação da CPI mas foi contrário investigar o prefeito Chicão Bedin. “Como pode o denunciante que será investigado?” questionou. Precisamos refletir sobre o fato de alguns vereadores que assinam pedido de CPI e que são investigados pela justiça não podem compor a comissão. Não vamos atropelar o processo para não atrapalhar a justiça”, afirmou. “Precisamos agir com calma”, concluiu. 

O vereador Gerson Francio, um dos denunciados e autor do pedido de CPI, criticou os 2 vereadores de situação apontando que estariam “prevaricando” sobre as denúncias.  Paulo da Farmácia reagiu. “Gostaria que v.excia não citasse meu nome. Não estou acusando nem defendendo ninguém. Não cite meu nome”, disparou, ao vereador Jaburu. Gerson Francio disse que vai se licenciar, não informando o período, “para a CPI evoluir os trabalhos”. 

A divulgação de um vídeo com diálogos entre o secretário Santinho Salerno, os vereadores Chagas Abrantes e Gerson Francio, no final do ano passado, acabou resultando na criação da comissão. No vídeo, postado no You Tube, Santinho diz que Jaburu “pediu R$ 100 mil” para dar apoio ao prefeito. Depois, Jaburu entra na sala, começa a dialogar e fala que o valor aumentou para R$ 400 mil. A gravação foi feita ano passado porque, em um trecho, o secretário sugere tentativa de acerto para vereadores antes do natal. Na gravação, também são mencionados problema com imóvel do vereador Chacrinha e suposta dívida com pães para a vereadora Marisa

No You Tube, não consta o nome do autor das gravações e o vídeo foi postado na conta “speedysilva1979” (não há mais informações de quem seja).  A data  que foi divulgado é do último dia 1º de abril.

O vereador Chagas Abrantes (PR) disse, esta tarde, ao Só Notícias, que teve a conversa com o secretário de Indústria e Comércio, Santinho Salerno. “Tudo que está aí fui eu que falei. Eu fui gravado o ano inteiro. Isto é uma montagem de 8 minutos. O secretário Santinho tenta me corromper, a Marisa e Chacrinha. Na gravação fica claro o que eu disse: o Jaburu não fala no meu nome. Quando Jaburu fala em dinheiro, eu digo que não quero um centavo”, rebateu. Chagas disse que é favor da criação da CPI “com objetivo de onde partiu a tentativa de corrupção. Este vídeo é o resultado do melhor que eles fizeram para me prejudicar. O secretário Santinho foi falar comigo sobre obras e mostra planilha de obra que seria feita. Quando ele fala que Jaburu pediu dinheiro, eu dei gargalhada. Sobre o trecho da conversa com o vereador Chacrinha, “trata-se de uma área urbana que foi invadida e que eles queriam fazer um acerto. Mas eu deixei claro que isto deve ser feito através de projeto de lei”, rebateu. Quanto a emissora de tv, onde Chagas é apresentador, disse que estava “tratando financeiramente dentro da legalidade. Mas eles queriam transformar isto numa coisa criminosa. Eles tentaram me corromper e fizeram denunciação caluniosa. Quando Jaburu fala para dar “R$ 20 mil para cada” eu falo para me deixar fora disto e negou, com veemência, que tivesse pedido propina”.

A vereadora professora Marisa (PSB) fez, na tribuna, duras críticas pela gravação envolvendo seu nome e disse que foi chamada ao Ministério Público para prestar esclarecimentos. Ela atacou o secretário Santinho Salermo pelas gravações mencionando seu nome. “Não tem minha imagem, não tem minha voz, já falei isto para o promotor. Estou há 20 anos aqui em Sorriso. Infelizmente, tem pessoas que querem falar pelos outros. Nunca visitei o Santinho (secretário) para pedir nada. Dói na alma o que ele falou de mim. Falar o que não deve, falar o que não sabe. Fui uma vez na prefeitura falar com o prefeito sobre sacolas recicláveis e estive acompanhada de assessora”, rebateu. A vereadora também abordou a citação feita, na gravação, sobre pães. Explicou que sua família tem uma panificadora e, assim como as demais, também vendeu para o município. “Quando ele fala de pão, foi da licitação. Meus filhos tem panificadora e participaram de licitação assim como as demais empresas. Podem procurar. Aí ele vem falar na gravação que era para mim procurar o Rondinelli (secretário Administração). Vou tomar providências e processar quem fez isto comigo. Não vou permitir mancharem meu nome”, rebateu. 

O vereador Gerson Francio (Jaburu) disse, ao Só Notícias, que “vai se manifestar nos próximos dias. Eu não escutei nem sei o que está gravado. Reafirmo que estava em busca de provas contra o prefeito sobre irregularidades na prefeitura. E tenho documentos”, garantiu.

A assessoria da prefeitura de Sorriso informou que o prefeito Chicão Bedin (PMDB) irá se pronunciaria somente após a realização da sessão da câmara, o que deve ocorrer nesta 3ª feira.

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