Jiloir Pelicioli, o Mano, (PSDB) é o primeiro vereador de Lucas do Rio Verde a ter mandato cassado. Por 6 votos a 3, os vereadores acabam de considerar oficialmente que houve quebra de decoro parlamentar e acabou sendo cassado. Ele será substituído pelo suplente Everaldo Lucas. O placar foi apertado. Eram necessários 6 votos para a cassação. Votaram favoráveis: Marcio Pandolfi, Marli Ventura, Nestor Albrecht, Pedro Góis, Eldes Biazus e Raimundo Filho. Contrários foram Demétrio Cezar (que presidiu a comissão), Cleci Nunes e Everaldo Lucas.
A sessão da Câmara Municipal para votar o relatório da comissão processante começou ontem às 08:00hs e terminou agora há pouco – foram mais de 17 horas. A comissão considerou que a declaração do vereador, em entrevista, que a “câmara era mais podre que o Congresso”, caracterizou quebra de decoro parlamentar e recomendou a cassação. O presidente Raimundo Dantas Filho, ao anunciar o resultado da votação, disse que Mano ficará inelegível pelo período de 8 anos.
Vereador no 2º mandato, Mano acompanhou toda a sessão com seu advogado. Ele esteve impedido legalmente de votar e o suplente Everaldo Lucas participou, votando contrário a cassação.
Após a leitura das 400 páginas do processo houve os pronunciamentos dos vereadores. Mano foi o último e fez a própria defesa, buscou convencer os vereadores que não cometeu ‘falta grave’ porque não generalizou em suas declarações e atacou seus adversários. “Expressei minha opinião sobre o projeto 48 (permitindo contratação de parentes na prefeitura). Jamais foi com a intenção de denegrir a imagem de qualquer vereador. Posso até pedir desculpas se ofendi qualquer vereador. Eu falei, mas não de forma generalizada. Posso ter me excedido. Tenho humildade e reconheço e poderia usar outro termo”, declarou.
Jiloir atacou o vereador Carlos Girotto (autor da representação de quebra de decoro) e a ex-presidente Marli Ventura acusando-os de fazerem acordo em denúncias para evitarem punições. “Girotto fez denúncias contra a gestão da ex-presidente Marli Ventura a quem acusou de compra faturadas e de nepotismo e que sua nora era funcionária da câmara e ganhava mais que vereador. A própria vereadora entrou com denúncia contra vereador Girotto na comissão de ética da qual fiz parte. Sabem o que ocorreu a portas fechadas? Você retira a sua (denúncia) e eu retiro a minha”, atacou, referindo-se a suposto acordo entre Marli e Girotto, comparando o desfecho dos casos.
Após o resultado da sessão, o vereador cassado disse estar tranqüilo e que o resultado não foi surpresa. Anunciou também que sua assessoria vai recorrer na Justiça para anular a decisão.
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