O deputado Eduardo Botelho se licenciou da presidência da Assembleia e, desde ontem à noite, é governador interino de Mato Grosso, com a viagem de Pedro Taques e do vice, Carlos Favaro, a Alemanha, para conferência internacional do clima e consolidação da destinação de R$ 65 milhões para o Estado. Botelho governará até quarta-feirta. Na quinta, Taques reassume. "São muito poucos dias. Vou ter reunião com os secretários ver a questão financeira, do caixa, e alguns pagamentos emergenciais. Não tem nenhuma decisão a longo prazo para não interferir na gestão do governador Pedro Taques. Mas é uma honra muito grandes assumir", disse Botelho, ao Só Notícias. É a primeira vez, na atual gestão, que o presidente da Assembleia assume o governo.
O governador em exercício está otimista que, até final de dezembro, os problemas emergenciais na saúde sejam resolvidos com o repasse (atrasado) do governo federal, do FEX-exportações de aproximadamente R$ 450 milhões e recursos extras que o governo deve destinar para a saúde. "Eu nao vejo uma saída de imediato porque depende de dinheiro novo. Se entrar todo dinheiro previsto para entrar no final do ano, além de recursos extras que estão previstos deve dar certo. A ideia (de Taques) é boa e podem ser investidos em torno de R$ 300 milhões na saúde e ser resolvido grande parte do problema", declarou.
Botelho também defendeu a PEC (proposta de emenda constitucional) do teto dos gastos nos poderes em Mato Grosso, feita pelo governo, e que está na Assembleia para ser votada. "A PEC é super importante para o Estado não quebrar. Mas a votação vai atrasar um pouco por conta dos pedidos de vistas dos deputados e de emendas que nao sao consensuais. Cada deputado tem um ponto de vista mas ainda não há maioria para ser aprovada. Na base aliada, por exemplo, tem deputados com determinados pontos de vista que pretendem incluir emendas que o governo não concorda. Então, não sei se será possível votar até dia 30 novembro dentro do prazo para vigorar ano que vem", acrescentou. "A PEC é super importante e defendo sua aprovação", concluiu.
Apresentada à Assembleia em agosto, a PEC prevê que Mato Grosso adere ao Plano de Auxílio aos Estados, proposto pela União, e que prevê o alongamento de prazo para o pagamento de dívidas públicas, que alivia as contas do poder público e garante novos investimentos no estado e nos municípios. A gestão de Taques destaca que a despesa primária corrente teve um grande salto de 2008 a 2016 e a PEC seria o caminho para o controle das contas públicas e evitar o desequilíbrio financeiro. Em 2008, a despesa primária representava 78,88% da receita primária e ano passado 2016 saltou para 91,75% da receita primária. Se a proposta for aprovada, a projeção é que nos próximos dois anos, o governo estadual consiga economizar cerca de R$ 1,3 bilhão.
Taques viajou a China, na segunda-feira passada, liderando a comitiva com políticos e empresários que tiveram inúmeras reuniões com executivos, industriais e empresários chineses para investirem em Mato Grosso e em indústrias que já têm negócios no Estado e podem ampliá-los. Ele seguiu no sábado a Alemanha. Ontem à noite, o vice-governador Carlos Favaro, que é secretário de Meio Ambiente estava como governador em exercício, também foi a Alemanha para a conferência do clima e encontro com executivos de um banco que sinalizaram, desde ano passado, investimentos no setor ambiental do Estado aportando cerca de R$ 65 milhões.