O presidente Jair Bolsonaro está reunido com o governador Mauro Mendes (DEM) e demais governadores dos Estados da Amazônia para definir ações emergenciais no combate as queimadas. O governo federal autorizou a operação GLO Ambiental e ontem liberou R$ 38 milhões do orçamento do Ministério da Defesa, que estavam contingenciados, para as ações que serão também para combater queimadas neste período de seca.
Cada governador está expondo ao presidente a situação em seu Estados. Mauro Mendes detalhou as potencialidades do Estado na produção de carne e grãos. “60% do PIB do nosso Estado vêm das exportações para os países”. “Esse problema ganhou contornos indesejáveis. Eu fiquei preocupado com os dados do INPE dos desmatamentos e com dados das queimadas. Foi combinação ruim para a imagem do nosso país”. “Vejo que o esforço que o governo federal faz com o Exército vai produzir os esforços necessários no combate as queimadas. Temos que fazer ações conjuntas entre os governos”, disse Mauro.
O governador de Mato Grosso disse que a “guerra comercial é patrocinada por concorrentes internacionais. O presidente da França (Emmanuel Macron) está preocupado em criar mecanismos (para defender produtos de seu país) e criar barreiras verdes para nossos produtos”, atacou Mauro. Mato Grosso está entre os principais exportadores de alimentos também para países europeus.
“Algumas mentiras estão sendo ditas. Tentaram associar o aumento dos desmates com as queimadas e disseram que ocorreu por conta de descontrole dos governos. É mentira !. Em Mato Grosso houve queda de 17% de desmatamentos e nesse momento somos campeões em queimadas. Então, não há essa associação”, apontou. Mauro defendeu ainda que deve ser aperfeiçoada “nossa comunicação. Não vamos ganhar a guerra lá fora se não nos acertamos aqui dentro. Há a imprensa hostil”, apontou, referindo-se a reportagens de veículos de comunicação no exterior sobre queimadas e desmatamentos no Brasil .
“Em um ou dois meses isso acaba e as chuvas se aproximam”. “Haveremos de sair deste momento mais forte do que entramos. É hora de, sob sua liderança, colocar o dedo na ferida e resolver o problema. Não podemos ter em casa um quadro na parede que vale milhões e as crianças passando fome”, acrescentou o governador mato-grossense.
Bolsonaro concordou com o posicionamento de Mauro Mendes e voltou a atacar o presidente francês citando que ele está com baixa popularidade e tem mencionado as questões da amazônia em busca de reverter os desgastes em seu país.
O presidente acrescentou que há estudos para ampliar e criar mais 3 parques nacionais em Mato Grosso o que ele não considera viável para o Estado e sinalizou que o governo federal não deve aprovar as medidas.
Diante da onda de incêndios que acomete a Bolívia, o governo de Mato Grosso enviará ao país vizinho uma equipe para avaliar a situação dos incêndios na região. Além de verificar as possibilidades de ajuda humanitária, os especialistas em incêndios florestais irão atuar para evitar que os incêndios cheguem ao Pantanal mato-grossense.
O governador do Tocantins, Mauro Carlesse, disse, no encontro, que “todos os anos é a mesma quantidade de focos de queimadas”,
O governador de Rondônia , Marcos Rocha, disse que “todo agosto e setembro o foco de incêndios aumenta porque é o período da seca. Existe queimadas legais e existe alguns incêndios que estão acontecendo (intencionalmente), algo estranho”. “As queimadas sempre existiram e, deste ano, o que eu vi foram agricultores apagando incêndios. Existe uma distorção do que é falado no exterior com a realidade vivenciada no nosso país. Enquanto nação, precisamos estar mais unidos para defender a nossa Amazônia. Sempre aconteceram as queimadas e, agora, está tendo uma repercussão tão absurda”, criticou.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, disse que as medidas do governo federal já estão resultando em reduções de queimadas e desmates ilegais. “Temos 97% de nosso território preservado. E quem está desmatando tem algum interesse econômico. Em algum momento, há alguma convergência em se desenvolver econômico e pessoas que precisam produzir. A gente percebe isso no momento em que produtores de outras regiões vão ao Amazonas abrir áreas para atividade comercial (produção de alimentos).
O presidente disse que o governo federal e Estados estão convergindo em ações de proteção da Amazônia. Ele voltou a criticar o presidente da França que tem atacado o governo brasileiro pelas queimadas. “A questão ambiental tem que ser conduzida com racionalidade. E temos solução para isso”, defendeu.
Em instantes mais detalhes