A Justiça Federal realizou o bloqueio de R$ 93 milhões em bens do ex-secretário de Estado de Fazenda, Éder Moraes, e a mulher dele, Laura Moraes, o ex-secretário adjunto de Fazenda, Vivaldo Lopes, e o superintendente do Bic Banco em Mato Grosso, Luís Carlos Cuzziol, entre outros. Os quatro são réus em ações originadas após a operação Ararath, da Polícia Federal, que investigou um suposto esquema milionário de lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
O procurador da República, Ronaldo Queiroz, aponta que o esquema pode ter movimentado cerca de meio bilhão. A operação da PF teve cinco fases com vários documentos e valores apreendidos. Posteriormente, o Ministério Público Federal montou uma “força-tarefa”, devido a complexidade do tema, com vários procuradores para dar mais agilidade ao procedimento.
Um dos réus do esquema, o empresário Júnior Mendonça, fez um acordo com o MPF e resolveu colaborar (delação premiada). Ele apontou como todo o esquema funcionava. Ele é dono de uma rede de postos e uma factoring que, segundo a PF, não teria autorização do Banco Central para funcionar e mesmo assim movimentava dinheiro como uma instituição bancária. O dinheiro seria desviado dos cofres públicos do Estado e seria utilizado, inclusive, para financiar campanhas políticas.
Para o MPF, Éder Moraes seria o grande mentor do esquema. Ele seria o responsável por fazer a intermediação entre a factoring sem autorização com empresários e políticos.
Das cinco ações penais em tramitação na Justiça Federal, apenas uma está conclusa e aguardando julgamento.