O governador Blairo Maggi (PR) vetou emenda de autoria do deputado Sérgio Ricardo (PR) que previa a destinação de parte de recursos arrecadados pelo Fundo Estadual de Transportes e Habitação (Fethab) que deve superar os R$ 600 milhões de receita própria em 2010. Maggi reconhece que existem alguns casos em que se fazem necessários a destinação de verbas para que o Estado não fique eternamente convivendo com esqueletos inacabados e cheios de problemas judiciais, como no caso do Hospital Central de Cuiabá que deverá ser transformada em sede administrativa da Secretaria de Saúde do Estado a um custo de R$ 8 milhões para concluir as obras do que despender R$ 80 milhões para concluir uma estrutura hospitalar, fora as questões de equipamento e os custos de manutenção de uma unidade de mais de 250 leitos.
Nos últimos anos, o Estado tem conseguido aplicar com investimentos próprios apenas os recursos do Fethab, que um dos problemas do governo Blairo Maggi, que criticou duramente a cobrança instituída ainda no governo Dante de Oliveira, mas viu mais tarde que não havia outra fonte de recursos tamanho o comprometimento das receitas da arrecadação com os compromissos como pagamento das dívidas, pagamento de salários e outras despesas de custeio da máquina.
As sucessivas crises econômicas levaram o Estado a paralisar obras que não foram mais retomadas e que, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), ou devem ser retomadas ou ter seus contratos encerrados em definitivo, condenando a política de sub-rogação de contratos em obras que não saem do papel.
O certo mesmo é que, à exceção do Hospital Central, dificilmente se retomará alguma obra paralisada, primeiro por falta de recursos, segundo por falta de vontade política dos governantes. "A nossa idéia era apenas de contribuir para a retomada de obras consideradas essenciais, agora se isto não é possível por falta de recursos não há o que se fazer", disse Sérgio Ricardo.