O governador Blairo Maggi reuniu-se hoje com deputados estaduais e disse que não se opõe à criação de uma CPI na Assembléía Legislativa para averiguar a lentidão nos depachos de planos de manejo e outros documentos fundamentais para as indústrias madeireiras trabalharem, além das investigações por suspeitas de servidores do órgão estarem envolvidos em irregularidades. Alguns, inclusive, foram presos na recente Operação Guilhotina, desencadeada semana passada. Blairo, de acordo com uma fonte de Só Notícias disse que os deputados “estão livres” para decidir.
O colégio de líderes dos deputados vai se reunir às 15:00hs para decidir se será criada CPI. Os deputados vão levar em conta as explicações dadas pelo secretário de Meio Ambiente, Luiz Daldegan, na reunião com Blairo.
“Ele informou que 88% dos projetos de manejo (indispensáveis para extrair toras das florestas) têm pendências e não podem ser liberados. Este ano, a Sema expediu cerca de 250 projetos e há muitos que estão parados esperando solucão”, relatou, ao Só Notícias, o vice-presidente da Assembléia, Dilceu Dal Bosco. “Mas ficou claro também que existe a necessidade do governo dotar a Sema com maior infra-estrutura. O problema não é só na documentação incompleta. Está, também, na falta de servidores para a secretaria agilizar o trabalho”, acrescentou. “Vamos debater esta tarde qual será melhor caminho para identificar a fundo os problemas e resolvermos. Tem que ter solução a curto prazo”, finalizou Dal Bosco.
O primeiro secretário da Assembléia, José Riva, saiu da audiência com Blairo defendendo a instalação da CPI. Segundo Riva, a comissão é um instrumento de apoio à resolução de problemas que afetam, inclusive a governabilidade. “Não vamos fazer da CPI um cavalo de batalha, mas não podemos permitir que uma meia dúzia pague por muitos. Apelo para a CPI por ser um instrumento revestido de legalidade que acaba contribuindo com a administração. Temos que ter uma radiografia do que está acontecendo”, explica.
No encontro de Blairo e deputados, foi informado que foram 6 projetos de manejo que acabaram gerando problemas para cerca de 100 madeireiras, que estão com cadastros bloqueados na Sema. São investigados de supostas irregularidades em créditos para extração de madeira.
Foram expedidos 75 mandados de prisão na Operação Guilhotina e 40 foram presos. O Sindusmad divulgou nota de repúdio pela forma com que a Sema e polícia fizeram a operação.
(Atualizada às 12:59hs)
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