Pelo menos no discurso, as desculpas dos senadores, Blairo Maggi (PR) e Pedro Taques (PDT) combinam quando o assunto é sucessão estadual para o governo do Estado, atualmente ocupado por Silval Barbosa (PMDB) que até admite disputar a única vaga de senador hoje ocupada por Jayme Campos (DEM), mas também não deixa de colocar que se preciso fica até o final para devolver o cargo que recebeu do ex-governador do qual era vice.
Ambos foram taxativos ao frisarem que ainda é cedo para se falar em Governo do Estado e em eleições de 2014. “Muita coisa ainda vai acontecer na disputa eleitoral, pois restam dois anos”, disse Blairo Maggi, ao confirmar um mal estar em relação a conduta do seu partido que o levou a consultar o TSE sobre sua saída da agremiação e os riscos de ter contra si uma ação por infidelidade partidária.
Já Pedro Taques (PDT) preferiu jogar o assunto para a Copa do Mundo de 2014 cobrando as obras, que são o principal portifólio do grupo Blairo e Silval que devem marchar unidos também em 2014, repetindo 2006 e 2010. “Sou candidato a fazer um bom mandato de senador”, repete com insistência o pedetista convicto de que como candidato a sucessão em 2014 terá que ouvir de seus opositores cobranças pelos duros discursos feitos da tribuna do Senado contra aqueles que no meio do mandato de oito anos tentaram disputar outros cargos.
Para evitar que a retórica e seu próprio discurso o atropele, Pedro Taques (PDT) tem sido cauteloso em suas conversas, e coloca deputados de oposição na Assembleia Legislativa, como Zeca Viana, líder do PDT, Luciane Bezerra, líder do PSB e Guilherme Maluf, líder do PSDB para disseminarem sua força eleitoral e a ressonância que sua posição radical contra a corrupção tem no seio popular, mesmo todos eles reconhecendo que a cobrança por obras e benefícios é tão grande quanto a defesa da honestidade e da probidade administrativa.
Maggi sabe que tem uma dianteira em relação aos demais postulantes, graças aos oito anos de realização enquanto governador e sua proximidade com a presidente Dilma Rousseff que precisará de um palanque em Mato Grosso, assim como em outros Estados. Por isso, a resistência em assumir uma candidatura de cara, até mesmo para evitar o desgaste político eleitoral de sair quase dois anos na frente.
Por isso, ele divaga em relação ao seu futuro partido, isto se é que ele deixará o PR, já que lhe faltam opções para tal, e também não demonstra ter apego a cargo público, tanto é que também tem mais quatro anos de mandato a partir de 2014 quando será eleito o sucessor de Silval Barbosa.
Ao modo de cada um, no entanto, tanto Blairo quanto Taques fazem campanha nos bastidores e não deixarão o cavalo passar arriado e pronto para ser montado, tanto é que o pedetista assedia qualquer um que possa lhe ajudar no seu intuito de criar chances de disputar um governo do Estado, enquanto o republicano, tenta sair do foco da crise partidária, gerando outra crise, a de sair da agremiação para cooptá-la no futuro deixando a vaga de vice para que o PR indique o candidato que poderá assim como Silval Barbosa sucedê-lo após um ou dois mandatos como governador.