O governador Blairo Maggi (PR) afirmou ontem que nem um pedido do presidente Lula lhe fará mudar de opinião e disputar qualquer cargo eletivo no ano que vem no Estado. A declaração é uma resposta ao pedido dos correligionários que esperam uma interferência do petista para fazer com que Maggi concorra a uma vaga no Senado.
Durante solenidade de lançamento do novo plano de segurança pública, Maggi reafirmou interesse em ficar de fora da disputa eleitoral de 2010 em Mato Grosso, mas não descartou a participação na sucessão nacional ajudando a virtual candidata petista à Presidência, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Ele é cotado para vice na chapa ou coordenador da campanha no Centro-Oeste.
A possibilidade de que Lula poderia interferir junto a Maggi para fazer com que o chefe do Executivo mato-grossense mude de opinião foi sinalizada pelo diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot. Amigo pessoal de Maggi, ele tem se aproximado do Palácio do Planalto desde que foi nomeado no cargo em Brasília e vem admitindo que o presidente quer Maggi representando o Estado no Senado a partir de 2010.
Em relação às articulações com outras legendas, Maggi rechaçou a proposta de correligionários do DEM que defendem uma ampla aliança em Mato Grosso que poderia contar até com o PSDB do prefeito cuiabano, Wilson Santos.
Elite – Além de descartar a aproximação com os antigos adversários, Blairo criticou os tucanos. Disse que a sigla é elitista e essencialmente paulista. Desde 2002, o PSDB resiste em se manter na oposição à turma da botina. A proposta para se fazer uma ampla aliança em 2010 unindo antigos adversários vem sendo sugerida por democratas que acreditam que isso poderia facilitar a sucessão de Maggi. Os governistas permanecem sem um candidato de consenso, enquanto o PMDB insiste com o nome do vice-governador Silva Barbosa e cada legenda procura um representante para o pleito.
Sem um candidato, o PR vem se reunindo com partidos da base ligada ao presidente Lula na tentativa de manter o grupo que ajudou a eleger Maggi em 2002. Apesar disso, a sigla conta com a pré-candidatura do deputado Sérgio Ricardo, que não tem recebido respaldos dos republicanos sob argumento de que ele estaria mais interessado numa vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE) do que construir um projeto partidário. Sérgio já foi candidato a prefeito da Capital pelo mesmo grupo em 2004, quando grande parte dos governistas militavam no PPS.