O governador Blairo Maggi expôs como conferencista nesta quinta-feira, no Encontro Mundial da Soja, em New Orleans (EUA), os valores da agricultura brasileira e mostrou o caso de o "Estado de Mato Grosso produzir alimentos sem desrespeito à legislação ambiental". Ele avaliou a legislação do país como "a mais severa do que a legislação dos países com que o Brasil lida na produção de alimentos". Maggi destacou em sua exposição o trabalho de proteção da floresta feita pelos produtores rurais de Mato Grosso com a reserva legal de 80% da sua propriedade no caso do bioma Amazônia e o necessário pagamento por esse serviço ambiental. Ele incentivou empresários a investir no Estado.
"O mundo precisa reconhecer o pagamento por serviços ambientais a produtores como do Estado de Mato Grosso e de outros locais, como a Indonésia. O Brasil precisa ser recompensado pelo trabalho que fazemos na preservação do meio ambiente", disse Maggi.
"Reforçamos aqui o compromisso com a responsabilidade ambiental. Nenhum outro lugar do mundo tem condições de produzir alimentos como Mato Grosso", deixou claro em sua fala e exemplos. Para isso, Maggi afirmou que basta ao setor agrícola mato-grossense semear em áreas de pastagens. "Nosso desafio é aumentar a produção sem aumentar novas áreas. Se utilizarmos pelo menos 8% do total de 25% de pastagens para a agricultura, estaremos dobrando a produção de Mato Grosso", contou.
Na abordagem sobre questões ambientais, Maggi destacou que do total do território de Mato Grosso, 64% é de área preservada. Essa extensão, para um exemplo próximo ao cidadão e empresário americano do campo, informou, equivale a uma área preservada maior que os Estados da Califórnia e Ohio juntos, grandes produtores agrícolas e entre os maiores dos Estados Unidos. Em Mato Grosso, relata, dos 64%, 19,05 milhões de hectares são áreas protegidas devido unidades de conservação e terras indígenas e 38,77 milhões de hectares preservada por produtores rurais.
Um exemplo do respeito entre produção agrícola e proteção ambiental, apontou, é a redução contínua de desmatamento desde o início do seu governo em Mato Grosso – de 11.814 Km² em 2003/2004 para cerca de 1.500 Km2 atualmente – e o fato de em 23 anos o Estado ter aumentado a produtividade da agricultura em 774% e ampliado a área plantada em 394% por conta de melhores resultados em áreas menores.
Maggi destacou ainda como resultados do governo com a iniciativa privada e ambientalistas a regularização ambiental de propriedades em andamento (MT Legal); a legislação do Zoneamento Sócioeconômico e Ecológico (ZSEE); o ICMS Ecológico e os pactos setoriais, como no caso da soja, onde a indústria se compromete a não comprar produto de agricultores proveniente de áreas na Amazônia. E no caso específico dos agricultores, a integração lavoura e pecuária.
O governador apresentou a empresários do agronegócio dados e perfil da produção do agronegócio nacional, com foco no desempenho da produção mato-grossense, na conferência "O papel da agricultura brasileira na promoção da sustentabilidade". Ele partiu do raciocínio de que a Organização das Nações Unidas (ONU) prevê 9 bilhões de pessoas para 2050 e que elas precisam se alimentar. E neste segmento, Mato Grosso tem destaque, por possuir terra e tecnologia adequada.
Além de dados gerais sobre população, Produção Interno Bruto (PIB), crescimento econômico, principais produtos agrícolas do Brasil e demandas de grãos para alimentação, o governador Blairo Maggi apresentou em New Orleans dados específicos de Mato Grosso. No caso do PIB do agronegócio, ele representa 28% de tudo que se produz nacionalmente.
Ele mostrou, por exemplo, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (IMEA), que na safra 2008/2009, os agricultores estaduais produziram 17,4 milhões de toneladas de soja; 8,5 milhões de toneladas de milho em segunda safra; e 1,45 milhões de toneladas de algodão.