O senador licenciado e ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), acaba de anunciar, em Cuiabá, que não será candidato à reeleição ao Senado. Seu plano inicial era tentar o segundo mandato e estava liderando as pesquisas. Mas, juntamente com familiares, decidiu não disputar. Blairo conversou com o presidente Michel Temer (MDB), há poucos dias, e deve ficar no ministério até dezembro (seu mandato no Senado acaba em fevereiro do ano que vem). Ele também garantiu que não vai manifestar apoio a candidatos ao governo de Mato Grosso e Senado. A decisão de ficar fora do processo eleitoral tem 'impacto' direto nas composições que estão sendo discutidas pelos partidos para definição de candidaturas, das coligações que devem ser formadas.
“É oficial. Minha posição é definitiva. Há algum tempo vinha apontando o grau de dificuldade de ficar na política. Tomei essa definição neste momento devido ao quadro político também porque minha figura também ficava ancorada no processo. E que da minha definição dependeria outras definições. Nos últimos dias recebi muitos contatos de lideranças para tratar das eleições, de discutir candidaturas ( governo e Senado). Achei por bem de comunicar oficialmente a todos: não vou participar do pleito eleitoral de 2018. Não significa que estou abandonando a política. Mas não vou disputar o pleito. E para que isso seja concreto decidi vir a público fazer isso de forma bastante transparente". "Disse aos meus companheiros que não pretendo e não quero participar das discussões de quem vai ser candidato ou não vai (em Mato Grosso, ao governo e Senado). Não sou eu, que estou saindo, que vou fazer composições”. "Não estou fechando as portas para a política. Não sei se me reanimo depois", declarou.
O ministro acrescentou que falou com o presidente Michel Temer colocando o cargo a disposição. "Ele me convidou para ficar mas o cargo é dele”, disse, em entrevista coletiva, na AMM, acompanhado de deputados e aliados. Blairo garantiu que permanece no partido (PP) que lhe indicou para o Ministério da Agricultura.
O ministro também disse que pesou em sua decisão a rotina intensa de compromissos políticos e do pouco tempo de convívio com familiares. "A política vem sendo nos últimos depreciada e a imagem do político. A gente trabalha muito, é muito envolvido". "Tenho cansaço com a política. Eu quero viver um pouco fora da política. É chegada hora de voltar para casa, para família, os netos. Estou com 61 anos".
Blairo acrescentou que não teme perder foro privilegiado em julgamentos de processos no STF, onde tramitam ações e é investigado por supostos envolvimento em esquemas de desvios durante sua gestão no segundo mandato do governo do Estado. “Isso mostra (deixar de ter mandato e foro) que estou tranquilo” para responder as acusações e investigações.
Blairo Maggi evitou avaliar a gestão do governador Pedro Taques (PSDB). “Fui governador e sei das dificuldades” que quem é governador enfrenta. "Eu falei com ele por telefone na sexta-feira. Ele me ligou para pedir apoio em uma questão no Banco do Brasil" e "disse que não disputaria (eleição). Ele me disse que gostaria que eu continuasse (política) mas respeitaria minha posição".
Questionado se o deputado Adilton Sachetti (sem partido) poderá ter seu apoio para disputa ao Senado, Blairo fez muitos elogios ao deputado, que é seu compradre, e que cabe a ele a decisão. Quanto a possível candidatura do ex-prefeito Mauro Mendes, seu aliado, ele disse que o considera "um candidato em potencial mas se será ou não é outro departamento. Mauro tem condições de ser candidato", resumiu.
(Atualizada às 10:47h)