O senador Blairo Maggi cobrou, esta tarde, do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, vontade política’ para cumprir o que estabelece a medida provisória que trata de dívidas de caminhoneiros e alertou que há um indicativo que a categoria fará novo protesto bloqueando rodovias no próximo dia 22. “Até a chegada da MP, grande parte dos caminhoneiros e das empresas não tinha previsão legal para refinanciamento das dívidas. A Medida Provisória precisa andar rápido e penso que o governo precisa andar rápido nisso também. O prejuízo é muito grande para eles e para nós todos. O país vive sobre as rodas de caminhões, é preciso entender isso”, alertou Blairo.
Pelo texto que acaba de chegar ao Senado após aprovação da Câmara dos Deputados, o BNDES fica autorizado a refinanciar, com subvenção econômica, caminhoneiros, microempreendedores individuais e microempresas do transporte de cargas com renda anual de até R$ 2,4 milhões. Por sugestão de parlamentares, o banco também poderá refinanciar contratos cuja renda esteja acima de R$ 2,4 milhões anuais. Nesse caso, sem subvenção econômica.
Coutinho garantiu que a instituição analisará a proposta. “Entendi a colocação no sentido de ampliarmos o escopo, sem subvenção da União. Na medida que isso empreita mexer no contrato equalizado, eu tenho que ouvir o Conselho Monetário, que é quem regulamenta o assunto. Isso não está na esfera do BNDES decidir, mas, lhe asseguro o interesse em examinarmos essa pauta”, expôs o presidente.
Blairo também fez criticas ao BNDES. "É muito difícil acessar um crédito na instituição. O crédito está lá, mas, até você montar o projeto, pedir o dinheiro e ser avaliado, analisado e visitado pelos técnicos – há problema disto, problema daquilo –, lá se vão 12, 18 meses. Eu nunca vi nenhum financiamento do BNDES sair antes de nove meses. É mais fácil nascer do que receber o dinheiro do BNDES. Fora isso, há as exigências apresentadas pelo presidente quanto às regras internas, ambientais e sociais e, por isso, meu questionamento quanto ao cumprimento da MP”, criticou, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos.
SAÚDE FINANCEIRA
Na ocasião, Coutinho apresentou aos parlamentares o desempenho recente do Banco e seus ativos totais. O destaque ficou por conta da inadimplência baixíssima do BNDES, que fechou 2014 em 0,01%. O lucro auferido, no mesmo ano, foi de R$8,6 bilhões.
“Mas, eu queria é importante ter em mente que o Banco não está expandindo. Ele passou por uma grande expansão e, depois, já moderou. E a moderação neste ano será importante. Nós teremos, em 2015, um número menor – de programas de estímulo ao mercado de capitais – em função da nova política operacional que está ajustada às condições da política macroeconômica brasileira”, destacou.