Depois das intensas cobranças do setor madeireiro do Nortão e de parlamentares para a agilidade na liberação de planos de manejo, autorizando a retirada de toras pelas indústrias, o Governo do Estado começa a ceder. Ontem, o governador Blairo Maggi admitiu, em Sinop, que a Secretaria do Estado de Meio Ambiente não está conseguindo atender a demanda. “A Sema tem feito tudo o que é possível para tocar os negócios, mas mesmo assim não temos dado conta do processo”, justificou.
Durante visita a Vera (80 km de Sinop), Maggi também declarou que cobrou, com urgência, do secretário Luiz Daldegan, a liberação de um projeto para uma indústria do município poder trabalhar. A situação na cidade está preocupante. Somente após a operação Guilhotina (deflagrada no início do mês e que resultou na prisão de madeireiros, engenheiros e servidores, além do lacre de 95 indústrias da região) cerca de 400 pessoas foram demitidas.
“Por parte dos técnicos da Sema há sempre a alegação que estão nos prazos. Já os interessados reclamam da dificuldade de conseguir as coisas no prazo”, acrescentou. Recentemente, o secretário Luiz Daldegan alegou que, este ano, cerca de 250 projetos foram expedidos para as indústrias madeireiras, mas que cerca de 88% apresentam pendências e não podem ser liberados.
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instalada pela Assembléia Legislativa e está apurando os motivos que resultam na morosidade nos serviços prestados pela pasta e o envolvimento de servidores em fraudes, denunciadas pela polícia do Mato Grosso. Sindicatos e entidades da base florestal também já denunciaram a falta de estrutura da secretaria em atender as empresas.
Hoje, o governador deve se reunir com representantes da comissão para tratar do assunto. Maggi declarou que está aberto para as discussões e “estamos prontos a receber essas sugestões”.