O deputado federal por Mato Grosso, Carlos Bezerra, um dos mais antigos caciques do PMDB, recebeu indevidamente mais de R$ 50 mil em ressarcimento de despesas médicas e odontológicas, tanto da Câmara dos Deputados quanto do Senado. Como ex-senador, Bezerra poderia sim receber o auxílio, mas isso se não estive em pleno mandato como deputado.
Segundo o levantamento realizado pelo site Congresso em Foco, com base nos dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), apesar de receber a quantia de R$ R$ 11.005,00 da Câmara para despesas médicas, o parlamentar foi reembolsado em R$ 33.680,75 pelo Senado, o que não é permitido.
As regras atuais não permitem que Bezerra receba os benefícios das duas Casas, fato que foi registrado em 2008. Desde de 2003, após uma decisão da Mesa Diretora do Senado, foi concedido o auxílio aos ex-senadores, mas excluindo todos os políticos que estivessem recebendo a verba por qualquer outro plano de saúde público, caso do peemedebista.
De acordo com Congresso em Foco, a assessoria do deputado atribuiu suas despesas a exames de rotina e a uma intervenção cirúrgica. Seus assessores garantem que não há nenhuma ilegalidade no ressarcimento pelas duas fontes. Informam que o deputado recorreu ao Senado para cobrir exames que não tinham cobertura da Câmara.
Nos últimos dez anos, o Senado gastou R$ 16,7 milhões com o ressarcimento de despesas médicas e odontológicas aos senadores e ex-senadores. Em 2008, o gasto chegou a R$ 1,6 milhão e atendeu a 44 ex-senadores, cinco dependentes de ex-representantes dos estados, além de parlamentares no exercício do mandato.