PUBLICIDADE

Bereré/Bônus: propinas para políticos em Mato Grosso, empresários e servidores ultrapassam R$ 30 milhões

PUBLICIDADE

Mais de R$ 30 milhões foram pagos em propina aos investigados da Operação Bônus – desdobramento da Operação Bereré- feita hoje, que investiga deputados estaduais, empresários e servidores públicos estaduais -cerca de 40 pessoas – que receberam propina "do contrato da empresa EIG Mercados junto ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito). Segundo o MPE, a organização era composta por três núcleos autônomos: liderança, operações e subalterno.

De acordo com as investigações, entre os meses de julho e agosto do ano de 2009, quando Teodoro Moreira Lopes o “Dóia” ocupava o cargo de presidente do Detran, foi convocado para uma reunião no gabinete do deputado Mauro Savi – um dos presos hoje – com os investigados Marcelo da Costa e Silva, Roque Anildo Reinheimer (também preso hoje). "Na ocasião, Marcelo Silva e Roque Anildo ofereceram a Dóia a execução da atividade de registro junto ao Detran dos contratos de financiamento de veículos com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil, de compra e venda com reserva de domínio ou de penhor dizendo que apresentariam ao então presidente uma empresa para a execução dos serviços sendo essa empresa a EIG Mercados que antes atuava com a razão social Serviços de Registro Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos. "A empresa se oferecia a formular contrato administrativo com o DETRAN/MT para prestar o serviço de registro de contratos junto à entidade de trânsito. Na oportunidade, um dos sócios da empresa a fim de garantir a prestação de serviços ao Detran teria se comprometido a repassar o valor equivalente ao pagamento de um mês às campanhas eleitorais do deputado Mauro Savi e do então governador Silval Barbosa". 

Ainda de acordo com o Ministério Público, "a promessa, após a efetivação do contrato com o Detran, teria sido cumprida no valor de R$ 750 mil para cada um dos candidatos. Para que a empresa fosse a vencedora do edital na época o antigo presidente do Detran determinou que a comissão de licitações do Detran confeccionasse o edital de licitação nos mesmos moldes que a empresa FLD Fidúcia hoje EIG Mercados já havia vencido no Estado do Piauí. Desde então a empresa é responsável pelo pagamento de propinas a organização ciminosa. Consta nas investigações, que após a assinatura do contrato administrativo, os investigados Mauro Savi, Claudemir Pereira dos santos vulgo "grilo" (preso hoje na segunda fase da operação), Teodoro Lopes e outros investigados se organizaram a fim de garantir a continuidade do contrato, formando uma rede de proteção em troca do recebimento de vantagens pecuniárias da parte da FDL, propina na ordem de 30% (trinta por cento) do valor recebido pela FDL do Detran repassado por intermédio de empresas fantasmas que foram criadas em nome dos integrantes da rede de proteção do contrato. Esquema que teve continuidade com a mudança de Governo e a participação de Paulo César Zamar Taques e seu irmão Pedro Jorge Zamar Taques, também presos hoje.

Os promotores explicam que, em 2015, quando houve a "sucessão no governo do Estado onde o então governador Silval da Cunha Barbosa deu lugar ao atual governador José Pedro Gonçalves Taques, ao ter informações do esquema de recebimento de propinas operado dentro do Detran os primos do atual governador Paulo Cesar Zamar Taques e Pedro Zamar Taques com ajuda de Valter José Kobori (preso hoje em Brasília) apropriaram-se do esquema de recebimentos. Em depoimento colhido junto a um dos proprietários da empresa EIG Mercados foi revelado ao MPE que após acertar os pagamentos com a antiga gestão Silval Barbosa a empresa EIG Mercados contratou o acusado Valter José Kobori como Chief Executive Officer, desde então seria ele a pessoa responsável em receber pessoalmente a propina sob título de BÔNUS pelos serviços pessoais prestados a empresa e repassar o dinheiro para Paulo Cesar Zamar Taques. Segundo o depoimento as negociações foram feitas antes mesmo do resultado das eleições de 2014 onde Valter Kobori já havia combinado com Paulo Cesar Zamar Taques o auxílio para manutenção do esquema", informa o Ministério Público.

Savi, Paulo Taques seu primo Pedro Jorge Zamar Taques, Valter Kobori, Grilo e Reinheimer foram encaminhados ao GAECO e hoje terão audiência de custódia.

Além de Mauro Savi, outros deputados estão sendo investigados na Operação Bereré, dentre eles o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho, que, de acordo com o MP, vai prestar depoimento quinta-feira, às 11hs.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Sorriso: Gerson encabeça chapa única para presidir a câmara

A eleição para a mesa diretora da câmara municipal,...
PUBLICIDADE