Os deputados federais de Mato Grosso analisam com cuidado a denúncia contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB). A maioria garante votar a favor de Temer para evitar um desgaste maior para o país. É o caso de deputado Nilson Leitão (PSDB). Ele explica que, a seu ver, é necessário evitar outro ‘solavanco’. ‘Se a denúncia não for aceita agora, isso não significa que ele (Temer) não vai ser investigado’. Para ele, trata-se de uma ‘guerra declarada’ entre Temer e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável pela denúncia.
Fábio Garcia (PSB) afirmou que vai esperar uma conclusão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara para só então se posicionar. O deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) diz que é contra a denúncia, pois isso prejudicaria o país. Ele se limita a dizer que ‘independente de quem fosse o presidente, votaria contra a aprovação da denúncia’.
Victório Galli (PSC) garante que a denúncia é infundada e não tem respaldo de provas. ‘É um julgamento político e não jurídico. O país está estabilizado e eu voto pela governabilidade’, afirmou. O deputado Adilton Sachetti disse que está em viagem ao exterior e desconhece o teor da denúncia. Já os deputados Valtenir Bezerra (PSB), Ezequiel Fonseca (PP) e Ságuas Moraes (PT) não foram localizados ou não quiseram opinar sobre o assunto.
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara começou nesta quarta-feira (12) a fase de debate da denúncia contra o presidente Michel Temer. Na última segunda-feira (10), o deputado Sérgio Zveiter (PMDB -RJ) apresentou parecer favorável à admissibilidade da denúncia pelo crime de corrupção passiva apresentada pela Procuradoria-Geral da República.
Temer foi denunciado pelo crime de corrupção pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Para que o processo tenha seguimento e o presidente seja julgado perante o Supremo Tribunal Federal (STF) é preciso que primeiro os deputados deem aval ao processo. Depois de passar pela CCJ, a denúncia da PGR segue para o plenário da Câmara, onde precisa do voto favorável de ao menos 342 dos 513 deputados.